O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan voltou para o Brasil sem conseguir fechar com os chineses o tão esperado acordo comercial entre os dois países. O encontro com o colega chinês, Bo Xilai, começou cordial, bem-humorado e com a promessa de uma solução.

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A reunião, que deveria durar meia hora, se estendeu pelo dobro do tempo até o ministro chinês sair para outro encontro em uma sala próxima. No entanto, o ministro Furlan decidiu subitamente abandonar as negociações e voltar para o Brasil. Com isso, o governo brasileiro deve retomar a análise sobre a adoção de salvaguardas que protejam setores da indústria nacional.

- Não foi possível um acordo que fosse razoável para o lado brasileiro. E, conforme as instruções do presidente Lula, nós não viemos aqui para fazer 'qualquer' acordo - frisou o ministro.Chamado às pressas e demonstrando constrangimento, o ministro Bo Xilai ainda tentou um entendimento com Furlan.

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- Nós entendemos a posição de vocês. Espero que vocês compreendam também a nossa e voltem para conversar - disse Bo Xilai.

Em tom de brincadeira, e depois de dez dias buscando um acordo, o ministro brasileiro respondeu a Bo Xilai, sinalizando que o próximo passo deveria ser dos chineses.

- A distância entre Brasil e China é a mesma - disse.

A proposta brasileira que não foi aceita pelos chineses era de limitar as importações de produtos em áreas sensíveis, como têxteis, calçados, alto-falantes, pneus e brinquedos em por volta de 10% ao ano, até 2007.

A resistência dos chineses é menor com relação aos têxteis. Pequim já fechou acordo com a União Européia e negocia com o Brasil, os Estados Unidos e vários outros países. Além disso, já existem precedentes de aplicação de salvaguardas com relação aos têxteis.

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O problema é com os outros setores. Os chineses temem fazer concessões e ver a repetição do que já ocorre na área de têxteis: autoridades de vários países vindo a Pequim sempre com o mesmo recado: ou acordo ou salvaguardas.