O Ministério da Fazenda informou, nesta terça-feira, que o Brasil vai antecipar para o fim de 2005 o pagamento de US$ 15,5 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Esse valor é todo o saldo referente a empréstimos feitos pelo país junto à instituição e que seria pago em 2006 e 2007. Nas estimativas do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, a antecipação do pagamento vai gerar uma economia de US$ 900 milhões para o Brasil sob forma de juros que teriam de ser pagos.
Palocci, que se reuniu com empresários do setor automobilístico em São Paulo, explicou que a decisão foi motivada pelo alto nível das reservas internacionais do país, hoje em torno de US$ 50 bilhões.
O ministro aproveitou para defender a política monetária do governo e pediu paciência. Segundo ele, o ritmo de redução das taxas de juros será definido pelos índices inflacionários.
- Se é verdade, e é verdade, que o controle da inflação tem um custo para o país, a inflação tem custos ainda maiores - disse o ministro.
Em nota, o ministério da Fazenda destacou que a decisão de antecipar o pagamento da dívida também foi resultado do fortalecimento do setor externo e de fundamentos macroeconômicos do país. A nota afirma que a proposta de antecipar o pagamento foi apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo ministro Palocci e pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Em março, o Brasil anunciou que não renovaria o acordo com o FMI. Desta forma, o país ficou pela primeira vez sem acordo, desde 1998. O ministro Palocci afirmou na ocasião que o governo manteria os compromissos fiscais mesmo sem o acordo.
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