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Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical" | Reprodução www.globo.com/paraisotropical
Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical"| Foto: Reprodução www.globo.com/paraisotropical

O que é coaching

O termo coaching é usado na área administrativa para denominar a sessão de consultoria entre o coach e o cliente. Pode se referir, de maneira ampla, a qualquer processo com apoio de um instrutor. Sendo assim, é possível falar também em coach pessoal e coach organizacional, por exemplo. Em específico, na área de desenvolvimento de carreira, faz referência ao trabalho de aconselhamento profissional.

Dois significados ajudam a entender a natureza deste trabalho. Coach, no mundo do esporte norte-americano, é uma gíria usada para denominar o treinador, e coaching, o treinamento. Coach também pode se referir a um veículo usado no transporte de pessoas, portanto coaching seria o transporte de uma pessoa de um ponto para outro.

Segundo a professora Eliana Ribas Basseti, coordenadora do MBAs executivos do Unicenp, não há uma formação específica para se tornar um coach. "Normalmente são pessoas especializadas em Recursos Humanos. É necessário ter conhecimento de gestão, de mercado, de estruturas das carreiras, comportamento organizacional e outros", explica.

A professora também conta que iniciou sua carreira estudando a atividade no curso de mestrado, em 1994. Logo após, Eliana elaborou uma disciplina sobre o assunto em alguns cursos de pós-graduação. "Começou a haver uma demanda muito grande para essa disciplina. Depois levei a atividade para algumas empresas, onde a demanda também começou a surgir. Hoje, continuo fazendo consultorias na área", completa.

Via de regra, quem faz uma especialização está pensando no sucesso profissional. No entanto, a palavra "sucesso" possui um sentido diferente para cada pessoa. Alguns querem apenas ganhar mais, outros desejam uma promoção como sinal de reconhecimento. Há ainda os que preferem mudar de emprego, ou até mesmo fazer uma guinada radical e mudar de carreira. Seja qual for o objetivo, ou mesmo para descobrir qual é essa meta no caso dos mais indecisos, uma ajuda sempre é bem-vinda. Para isso, as instituições de ensino estão incorporando consultorias ou criando programas próprios para auxiliar os alunos no desenvolvimento de suas carreiras.

"A idéia é partir da necessidade pessoal do aluno e fazer um plano de carreira", explica a coordenadora dos MBAs Executivos do Centro Universitário Positivo (Unicenp), professora Eliana Ribas Basseti. Para isso, são realizadas entrevistas e testes psicológicos com a intenção de traçar um perfil profissional do estudante, o que vai auxiliar na hora de estabelecer o planejamento.

A professora, que também é profissional de coaching, explica que muitas vezes nem mesmo os objetivos de carreira estão muito claros para os profissionais. "A gente precisa aprender a separar a demanda social da demanda interna, pessoal. Muitas vezes as pessoas ficam muito à mercê do que as empresas ou a sociedade, a família, quer", comenta Eliana. "Esses profissionais não têm tempo para pensar em neles, se renderiam melhor numa empresa grande ou pequena, por exemplo. Em qual tipo de ambiente melhoraria a sua performance", completa.

Mercado

Incorporado à grade curricular dos MBAs Executivos em 2004, a disciplina de Planejamento de Carreira demonstra dar bons resultados. Esse jogo de negociação entre os objetivos reais do profissional, seu perfil e as necessidades do mercado ajudaram a jornalista Alessandra Assad, de 33 anos, a coordenar uma equipe de 16 pessoas como diretora de redação da revista VendaMais, da editora Quantum.

Alessandra conta que antes de fazer o curso não tinha nenhuma experiência administrativa. "Eu era muito ‘crua’. Queria saber do meu prazo e achava que sozinha trabalhava mais rápido. Quando entrei no cargo, precisei ir atrás", diz. "Muitas das observações feitas durante o aconselhamento profissional me fizeram enxergar coisas sobre as quais eu era resistente nem sabia. Foi um mergulho no auto-conhecimento", completa.

O sucesso foi tanto que, além de fazer coaching duas vezes por semana com seus funcionários, há duas semanas Alessandra lançou um livro na área administrativa, "Atreva-se a Mudar: Como Fazer Melhor Gestão de Processos e Pessoas", que discorre sobre a gestão de mudanças. Além disso, dá palestras para empresários sobre o assunto. "Às vezes quando a gente vem de outra área traz uma outra visão consigo, e contribui desta forma", explica.

Já o caso de Edice Barreto, 53 anos, atualmente analista de preços de mercado da Volvo do Brasil, é de restabelecimento dentro da própria profissão. Ele conta que a consultoria ajudou a consolidar uma mudança dentro da própria empresa. "Eu trabalhava na análise de pesquisa de mercados e mudei para estratégia de negócios. A promoção já era uma conseqüência de um processo de mudança, mas o curso ajudou a consolidar algumas idéias importantes", explica Barreto, que é graduado em Ciências Econômicas passou a dar aulas na Faculdade Camões após concluir o MBA.

Núcleo de empregabilidade

O Centro Universitário Franciscano (Unifae) é outra instituição que possui um programa de desenvolvimento de carreira. Podem participar alunos de graduação, pós-graduação e egressos dos cursos, assim como a comunidade em geral. O serviço de diagnóstico profissional é oferecido pelo Núcleo de Empregabilidade, que é o órgão da instituição destinado ao relacionamento com as empresas, encaminhamento profissional, estágios e empregos.

"O mercado de trabalho para o emprego efetivo está muito exigente. Se as pessoas não se prepararem, não se aconselharem, elas ficam para trás", afirma a professora Nancy Malschitzky, coordenadora do núcleo. "A gente não faz psicanálise, mas orientamos. Procuramos ajudar na busca pelo auto-conhecimento", explica.

A professora também explica que há duas formas de consulta, no sentido de aconselhamento profissional. A primeira é informal, sem uma programação, onde o aluno procura o núcleo para auxílio em coisas simples, como elaboração do currículo. A segunda é programada, e envolve diversas atividades de diagnóstico pessoal e profissional.

Nesse caso, há duas etapas. A primeira é constituída pelo preenchimento de um questionário, listando as aptidões e objetivos, e uma dinâmica de grupo. Essas atividades irão fornecer dados para os avaliadores prepararem um perfil, que será mostrado individualmente em uma entrevista posterior. Nesse encontro, é dado continuidade ao planejamento.

"Procuramos mostrar um espelho para eles, depois fazemos a orientação de carreira. Falamos sobre pontos de desenvolvimento e projetos em que será preciso investir para atingir os objetivos" conta Nancy. Depois disso, também são agendados encontros, para que seja feito um acompanhamento do plano.

A professora também constata que o serviço, criado no ano de 2000, atualmente tem sido mais procurado por estudantes das especializações. "Houve uma mudança há dois ou três anos. Até para descobrir o que gostaria de fazer, quem mais procurava o serviço, nos anos iniciais, eram estudantes do segundo ou terceiro ano de graduação. Agora a maioria é de pós-graduação", conta a professora.

Serviço: Para saber mais sobre os MBAs Executivos do Unicenp consulte do site da instituição. Informações sobre o programa de desenvolvimento de carreira da Unifae podem ser obtidas no site do Núcleo de Empregabilidade.

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