É preciso repensar o conceito de empregabilidade. É claro que médicos, dentistas, advogados e educadores não vão desaparecer do mercado de trabalho, mas, certamente, precisarão agregar conhecimentos de outras áreas para continuar competitivos no mercado de trabalho. Segundo o coordenador de pós-graduação, pesquisa e extensão das Faculdades Integradas Curitiba e professor de Ciência Política, Carlos Luiz Strapazzon, além do conhecimento técnico, as empresas buscam hoje profissionais com perfil empreendedor, com capacidade de criar e apresentar soluções e também se reciclar constantemente. "Hoje, o que está em jogo é a capacidade de competição das próprias empresas, o que reflete inclusive na concorrência interna entre os funcionários", diz.
Para Strapazzon, na prática, significa que um médico não deverá mais se limitar à sua especialidade clínica, mas adquirir conhecimentos gerenciais e de gestão, característica necessária também aos profissionais de áreas como educação, engenharia, comunicação, entre outras. "Essa nova cultura já está acontecendo na indústria e no setor financeiro", comenta.
Entre os setores que devem absorver um bom número profissionais nos próximos anos, Strapazzon destaca a área de negócios internacionais, com todas as suas ramificações: "Uma das prioridades do plano econômico brasileiro, para os próximos dez anos, é focar seus negócios no mercado externo", diz.
Outro fator, segundo ele, é que países como o Brasil, Rússia, Índia e China são considerados hoje, pelos países desenvolvidos, como importantes parceiros comerciais até 2050. "Será necessário gente com conhecimento específico em áreas como direito, finanças, cultura, línguas e comércio internacional", exemplifica, destacando que não se tratam de profissões novas, mas de "novas competências às profissões já existentes". Meio ambiente e os segmentos que envolvem tecnologia e comunicação também são áreas promissoras, afirma o professor.
No caso do Brasil, o professor vê com otimismo a expansão no segmento de turismo. "O Brasil é um país vocacionado ao turismo e ainda há um grande mercado a ser explorado, principalmente no setor de eventos".
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