A segunda etapa de análise das propostas de cursos novos de mestrado acadêmico, doutorado e mestrado profissional foi concluída na semana passada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão do Ministério da Educação (MEC). Neste ano foram encaminhados à Capes 479 projetos, cerca de 7% a mais em relação ao ano passado, quando 451 pedidos de cursos novos foram apresentados.
As instituições de ensino superior federais enviaram 205 propostas, as estaduais 92 e as particulares 176. As áreas que tiveram mais pedidos foram a multidisciplinar - com 79 projetos de cursos - e a de ciências sociais aplicadas - com 75. A região Sudeste foi a que mais propôs novos cursos. Foram 191 propostas apresentadas. As universidades da região Norte encaminharam 52 propostas, as do Centro-oeste 52, as do Nordeste 96 e, por último, as do Sul enviaram 100.
O representante da área multidisciplinar, Carlos Nobre, explica que os projetos desta área devem apresentar uma convergência de duas ou mais áreas do conhecimento. Para a recomendação de um curso multidisciplinar é preciso que haja contribuição para o avanço das fronteiras da ciência ou tecnologia, que se forme um novo profissional, e, principalmente, que exista a transferência de métodos de uma área para outra, gerando novos conhecimentos e disciplinas.
Segundo ele, neste ano, as propostas não apresentaram a qualidade desejada. Nobre apontou duas principais deficiências. "Um problema comum foi a identificação de diversos docentes inexperientes e uma produção científica não consolidada", apontou. Acrescentou que a outra carência foi a falta de clareza da própria proposta. "Muitos não demonstraram a abordagem do curso e qual o perfil do aluno que seria formado".
Em 2002, foram 380 propostas e em 2003, 440 inscritas. Nos últimos três anos foram criados 582 novos cursos de pós-graduação no país. Nesta segunda-feira (19) serão apresentados os novos cursos de mestrado acadêmico, doutorado e mestrado profissional analisados e recomendados em 2005 pela Capes.