A alta taxa básica de juros praticada no país levou a Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal) a rever para baixo a previsão de crescimento da economia brasileira este ano, calculada agora em 3%, segundo um relatório divulgado na capital chilena, sede da entidade. Em abril do ano passado, a Cepal projetara uma expansão de 4% para o Brasil. No entanto, preocupado com pressões inflacionárias, levaram o Banco Central a elevar a taxa básica de juros nove vezes consecutivas, entre setembro do ano passado a maio deste ano.

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A Cepal também previu que a América Latina e o Caribe manterão em 2005 o crescimento iniciado no ano passado, quando registraram a maior expansão em 25 anos. A média de crescimento econômico prevista para a região este ano é de 4,3%, indicou a Cepal.

"Corrigiu-se a estimativa de crescimento em 2005, que agora é de 3%", afirma o relatório em relação ao Brasil. "As altas taxas de juros repercutiram no desenvolvimento da atividade econômica, que desacelerou sua taxa de expansão."

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O relatório da Cepal destaca os bons resultados do Brasil em suas contas externas e no aumento da taxa de emprego. No entanto, adverte que a "evolução dos indicadores correspondentes ao investimento é fonte de preocupação", citando como exemplo as recentes pesquisas que medem a confiança empresarial. De acordo com esses levantamentos, as empresas estão mais cautelosas na hora de decidir investir.

O relatório da Cepal aponta ainda que o Brasil registrou em 2004 "a maior expansão dos últimos dez anos, com um crescimento do seu Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país no período de um ano) de 4,9%".O próprio Banco Central brasileiro já reduziu sua previsão de crescimento para 2005, de 4% para 3,4%.

Com respeito à região como um todo, a Cepal estima que o ciclo virtuoso iniciado ano passado continuará em 2006, quando prevê que os países latino-americanos crescerão 4%, completando quatro anos seguidos de expansão sustentável. Com isso, a Cepal calcula que o PIB da região subiria ao redor de 10%, entre 2003 e 2006.

"É um contexto de generalizado dinamismo, que abrange quase todos os países da região, com muito poucas exceções. A América Latina e o Caribe cresceram quase 6% em 2004 e se espera que avance 4,3% em 2005 e cerca de 4%, em 2006", assinala o documento da Cepal.

Embora a projeção divulgada ontem para 2005 seja um pouco menor do que a do prognóstico divulgado em abril (de 4,4%), a Cepal ainda prevê um bom desempenho na região.

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- Há lugar para um certo otimismo - disse o economista argentino e secretário-geral da Cepal, José Luis Machinea, ao apresentar o relatório à imprensa.

A Argentina, com uma expansão de 7,3%, vai liderar o crescimento regional, com uma recuperação sustentável de sua economia, após sofrer em 2001 a pior crise econômica de sua História.