Dalton foi promovido a gerente do setor de produção após ter completado cinco anos de empresa. A promoção premiou o esforço do profissional, que sempre demonstrou extremo comprometimento e dedicação para com as necessidades da organização.
Então, de técnico, Dalton passou a gerente, coordenando 12 subordinados diretos. Quando saiu a nomeação, ele sentiu que sua trajetória seria diferente a partir daquela data, pois mostraria ainda mais empenho e competência para continuar subindo na hierarquia da empresa.
Porém, seus planos de sucesso profissional foram se tornando mais distantes à medida que ele foi experimentando as agruras da liderança. Dalton percebeu, sem entender por que, que seus subordinados não se esforçavam à altura do que exigiam as obrigações de cada um e não demonstravam responsabilidade em relação aos resultados esperados. Eles trabalhavam mecanicamente e cumpriam apenas o que era essencial para a manutenção dos próprios cargos.
Desnorteado com a postura de sua equipe, o gerente passou a tratá-la com superioridade e rispidez. Mandava e desmandava alterando seu tom de voz e utilizando palavras rudes, duras. Essa mudança despertou uma reação negativa no grupo, que começou a cumprir suas funções mais rapidamente, mas com menos dedicação ainda.
Então, quando o gerente não estava por perto, os funcionários negligenciavam o trabalho e descuidavam-se da política de qualidade ou dos prazos estabelecidos. Quando Dalton retornava, a equipe produzia em ritmo acelerado, com medo das represálias do chefe. A chefia era até motivo de chacota nos corredores da empresa, pois Dalton gostava de lembrar a seus subordinados que ele era o chefe e que a eles cabia somente obedecer. O gestor não aceitava questionamentos, perguntas impertinentes, desculpas nada! Queria apenas mandar e ser respeitado por sua posição; afinal, ele a havia conquistado com muito mérito.
No entanto, a competência de Dalton para gerenciar começou a ser questionada pela diretoria, pois os números de seu setor deixavam a desejar. Ele justificou o desempenho pífio jogando a culpa na falta de comprometimento de seus subordinados, mas recebeu uma notória bronca dos diretores, que afirmaram: "O desempenho de qualquer equipe é responsabilidade de seu gestor, daquele que se propôs a liderar." E, com essa declaração, Dalton foi dispensado pela empresa, por não apresentar capacidade de liderança.
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A figura do chefe é vista, ainda hoje, com antipatia pela maioria dos profissionais. Isso porque o mercado sabe a diferença entre chefia e liderança. Mesmo assim, muitas empresas continuam elegendo chefes para assumir posições importantes, ignorando, muitas vezes, os líderes natos que fazem parte de sua equipe. O que as organizações precisam perceber é que, embora todas as pessoas tenham capacidade de comandar, algumas delas têm maior habilidade para influenciar os outros. Portanto, cargos de supervisão, gerência, direção, etc. deveriam ser ofertados àqueles com competência para liderar, e não aos que só sabem mandar.
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SAIBA MAIS...
Arrasta Lata
Desde 2003, a CCE da Amazônia, empresa de artigos eletrônicos, é uma das colaboradoras financeiras do grupo Arrasta Lata. Formado por 40 crianças e adolescentes entre 7 e 14 anos da região de Campo Limpo, zona sul de São Paulo, o projeto aproveita materiais reciclados para produzir instrumentos musicais. Os integrantes do grupo têm acompanhamento escolar e aulas gratuitas de informática e de educação corporal, ambiental e musical, além de confeccionar instrumentos e ensaiar. O Arrasta Lata tem se apresentado em empresas e espaços culturais da cidade de São Paulo ao lado de personalidades da música, como Gilberto Gil e Jairzinho, entre outros. Em sete anos, já passaram pelo programa mais de 100 participantes, e só no ano passado 40 apresentações na capital paulista foram realizadas. O projeto faz parte da Arrastão, entidade que atua desde 1968 implementando ações sociais para a promoção da educação, da cultura e da mobilização comunitária. Com esse objetivo, ela realiza mais de 1.100 atendimentos diários para crianças, jovens e adultos.
Bernt Entschev é presidente do Grupo De Bernt. Empresário com mais de 36 anos de experiência junto a empresas nacionais e internacionais. Fundador e presidente do grupo De Bernt, formado pelas empresas: De Bernt Entschev Human Capital, AIMS International Management Search e RH Center Gestão de Pessoas. Foi presidente da Manasa, empresa paranaense do segmento madeireiro de capital aberto, no período de 1991 a 1992, e executivo da Souza Cruz, no período de 1974 a 1986
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