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Recorde

Cheque sem fundo alcançou em setembro maior volume desde 1991

O volume de cheques sem fundos voltou a aumentar em setembro e alcançou o segundo maior patamar desde 1991. A alta foi de 4,3% em relação a agosto e de 27,6% na comparação com setembro do ano passado. A cada mil cheques compensados, 19,4 foram devolvidos por insuficiência de fundos no mês passado. No total, foram devolvidos 3,1 milhões de cheques dos 157,7 milhões compensados pelos bancos. Os dados são da Serasa, empresa de análise de crédito, que iniciou o levantamento em 1991.

O recorde ainda é o registrado em março passado, quando foram devolvidos 20,8 cheques a cada mil compensados. A média de devolução de cheques por falta de fundos é maior do que a do ano passado. De janeiro a setembro deste ano foram devolvidos 18,5 cheques a cada mil. Em igual período do ano passado, o índice era de 15,9 por mil. Entre janeiro e setembro foram compensados 1,5 bilhão de cheques e 27,1 milhões voltaram. No mesmo período do ano passado, os devolvidos somaram 24,7 milhões.

- A inadimplência com cheque cravou um novo patamar em março passado. Pulou da faixa de 16/17 cheques devolvidos para cada mil compensados para a atual, entre 19 e 20 - diz André Chagas, economista da Serasa.

Para o economista, a alongamento dos prazos e o maior endividamento da população - já que o crédito está em alta - elevaram a inadimplência com cheque. A renda disponível para pagar as dívidas, porém, não cresce na mesma proporção. Até 2003, o comércio parcelava vendas com cheque em até três vezes. Desde o ano passado, o número de parcelas dobrou. Com isso, dívidas feitas para a compra do presente do Dia das Mães, por exemplo, ainda estão sendo pagas em setembro. Ou no caso, não pagas.

Chagas avalia que a inadimplência continuará crescendo em outubro, mas recuará entre novembro e fevereiro. Se o ritmo sazonal for mantido, ela volta a aumentar em março. Mesmo assim, o economista diz que não é preocupante e nem necessário que essa taxa caia.

- Esse volume representa menos de 2% do total de cheques emitidos e é absolutamente administrável. Além disso, o prejuízo já está embutido no custo da operação do comércio - explica.

A Serasa observa ainda que os brasileiros estão usando menos cheques pré-datados e mais o cartão de crédito. O volume de cheque compensado caiu 7,6% em setembro em relação a agosto.

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