A China pode se tornar o primeiro exportador mundial em 2010 e deter 10% do comércio mundial de bens e serviços, contra os 6% atuais, segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Hoje, as exportações chinesas são superadas apenas pelas dos EUA e da Alemanha, apesar de o PIB desse países ser muito superior ao do gigante asiático que projeta, já em 2008, superar o comércio exterior da Alemanha.
Em seu primeiro estudo sobre o gigante asiático, divulgado nesta sexta-feira, o "clube dos países desenvolvidos" projeta que a economia da China vai superar, ainda este ano, às do Canadá e Itália e, em 2010, ficará atrás apenas de três países.
Há 20 anos, o crescimento econômico da China ronda os 9,5%, "um ritmo mais rápido do que deveria se manter durante determinado tempo", afirma o relatório. "O dinamismo do crescimento contribuiu não somente para o aumento dos ingressos dos lares chineses, mas também para a integração da economia do país à economia mundial".
No entanto, a OCDE afirma que a renda per capita continua sendo baixa e crescem as desigualdades, não só entre as áreas urbanas e rurais, mas também nas províncias costeiras, consideradas mais prósperas.
O avanço econômico da China deve-se, em grande parte, às reformas promovidas pelas autoridades e que permitiram ao setor privado ter uma papel mais importante.
Porém, a China enfrenta ainda dois grandes desafios: dar um marco sólido à atividade do setor privado, manter um entorno macroeconômico estável, reformar o sistema financeiro e reduzir as desigualdades entre as regiões com um reforma fiscal.
Segundo o relatório, "o setor privado - que atualmente é responsável por mais da metade do PIB e uma parte siginificativa das exportações e gera a maior parte dos empregos - pode ser reforçado, com a modernização do marco dos negócios e uma melhor aplicação das leis, especialmente as dos direitos de propriedade intelectual".
Depois de assinalar que a reestruturação das empresas estatais promoveram "supressões maciças" de empregos, a OCDE advertiu que o país ainda pode reestruturar "boa parte" do setor estatal.
Mais de 35% das empresas estatais não são lucrativas e uma em cada seis tem fundos próprios negativos, segundo o estudo.
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