A Confederação Nacional da Indústria (CNI) está mais otimista em relação ao fim do ano e revisou algumas de suas estimativas para 2005. Para o setor, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que era de 3,2% em julho, deve fechar o ano em 3,5%. Os principais fatores que levaram a entidade a aumentar a projeção foram o crescimento das exportações, da indústria como um todo (de 4,2% para 4,4%), e do consumo das famílias, cuja estimativa subiu de 2,9% em julho para 3,2%.
A estimativa de inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) foi reduzida de 6% para 5,1%, exatamente a meta estabelecida pelo Banco Central para este ano.
Segundo a CNI, um dos principais responsáveis pela melhora do consumo foi o crescimento do rendimento médio dos trabalhadores, provocado pela queda da inflação e o dinamismo da economia. Embora em ritmo menor do que o do ano passado, o mercado formal de trabalho continua crescendo.
De acordo com o informe conjuntural divulgado nesta terça-feira pela CNI, a indústria da transformação deve crescer 4% este ano e a agropecuária, 3,2% (apesar da quebra de safra), puxadas principalmente pelas exportações. Já a formação bruta de capital fixo deve subir 4% em 2005, uma expansão tímida se comparada aos 10,9% de 2004. Mas as expectativas para 2006 são muito boas, segundo a CNI.
- Apesar da crise política, que traz instabilidade, da política monetária de juros altos que persiste há um ano e da valorização do câmbio, a nossa avaliação tem um tom otimiva - afirmou o economista Flávio Castelo Branco.
Castelo Branco alertou, no entanto, que a projeção de crescimento este ano é de taxas inferiores aos países desenvolvidos e a países com economias emergentes como o Chile.
- Significa, portanto, que nós estamos perdendo algum espaço de crescimento que a economia mundial está dando - afirmou.
Segundo ele, o principal desafio para a economica brasileira hoje é destravar os investimentos, o que está diretamente ligado aos marcos regulatórios dos setores de infra-estrutura.
No informe, a CNI eleva de US$ 114 bilhões para US$ 117 bilhões a projeção das exportações, mantendo em US$ 76 bilhões a expectativa de importações.
A CNI trabalha com uma taxa média de juros de 19,1% este ano, sendo que a taxa básica Selic deve chegar a 17,5% em dezembro. Flávio Castelo Branco afirma que as condições para que o Banco Central continue reduzindo as taxas em ritmo mais forte continuam sendo dadas, como a queda da inflação.
Ele argumenta que o Brasil hoje tem uma taxa de juros real de 14,5%, que é um desestímulo à produção. Na opinião de Castelo Branco, uma eventual valorização do dólar não deve pressionar a inflação.
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