Rotina de concurseiro todo mundo conhece: curso preparatório e horas e horas de estudos em casa. Mas será que chega? Mesmo dominando os conteúdos, muita gente tropeça no estresse e no nervosismo, ou acaba não aproveitando todo o esforço por não respeitar o próprio perfil. E é aí que o coaching para concursos surge como aliado do candidato.
Foi de complicações como o descontrole emocional que quis se prevenir o promotor de Justiça André Glitz, 31 anos, no concurso para ingresso no Ministério Público (MP). O processo de seleção é composto de três etapas: uma fase de avaliação objetiva, outra dissertativa e por fim uma prova oral. "Fiz coaching especificamente para o teste oral, para ajudar no controle emocional. Sei que, mesmo dominando o conteúdo, o nervosismo poderia me fazer ter um branco. O treinamento me fez enxergar que eu estava preparado", explica. Glitz foi aprovado em 2002 e hoje trabalha no MP da Lapa, a 62 quilômetros de Curitiba. Ele conta que a nota na terceira fase, antes sua maior preocupação, até aumentou sua média final.
A preparação dele foi acompanhada pela psicóloga e life coach Daniela Zanuncini, que presta esse serviço desde 1998. Ela diz que o serviço tem os mesmos objetivos do coaching, que é acompanhar o profissional e auxiliar para que ele obtenha melhores resultados no seu foco de atuação.
Daniela explica que muitos candidatos de concursos, mesmo bem preparados em termos de conteúdo, desenvolvem um nível de estresse muito alto e não têm suporte para controlar emoções, nervosismo, ansiedade e angústia. "O trabalho consiste numa metodologia de desenvolvimento profissional com foco emocional. Trabalhamos desde gerenciamento de estresse até administração do tempo, de autocontrole até o melhor horário para cada um estudar e a melhor metodologia para estudar", explica a coaching.
Ela conta que questões pessoais, como a possibilidade de uma mudança na vida, também atrapalham nos estudos. "Às vezes passar no concurso significa atingir sonhos. Outras vezes, desistir de coisas. É um processo de mudança. Por exemplo, se uma pessoa casada está tendo dificuldades para estudar para um concurso da Receita Federal, talvez o problema seja que ela saiba que esse órgão pode colocá-la em qualquer lugar do país, e tem receio ou medo disso. O candidato acaba por boicotar inconscientemente seus estudos", explica.
O coaching de Daniela é realizado numa média de 10 encontros, semanais ou quinzenais, dependendo do prazo do concurso. É individual, concentrado especificamente na necessidade e em particularidades de cada candidato. A advogada Aruana Mendes Medeiros, de 27 anos, está no meio do processo. "O choaching está me ajudando a ter mais coragem, mais segurança e menos ansiedade. Estou sem dúvida mais focada no estudo", diz.