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Concurso do Tribunal de Justiça

Comissão organizadora avaliará pedidos de devolução da inscrição

Os cerca de 500 candidatos que não puderam fazer o concurso para analista judiciário do Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná no domingo (20) em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, não terão o reembolso automático do valor pago na inscrição. O teste não foi realizado, pois a empresa organizadora esqueceu de enviar os provas para a cidade. Quem desistir de fazer o concurso na nova data definida pelo TJ terá que encaminhar um pedido para a Comissão Examinadora do Concurso, que decidirá se o dinheiro será devolvido.

O TJ informou nesta quinta-feira (24) que houve um equivoco no envelopamento das provas e o malote das provas de Ponta Grossa ficou em um cofre junto com os cadernos de Curitiba. O Tribunal apontou a FAE - Centro Universitário Franciscano, organizadora do concurso, como responsável pelo erro. Os concorrentes já estavam nas salas quando foram informados que a prova havia sido suspensa. O exame foi aplicado normalmente em outras dez cidades do estado.

A nova data da prova, porém, coincide com outros concursos, como o da Secretaria de Estado da Administração e da Previdência do Paraná(SEAP) e a prova prático-profissional do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Em nota, o TJ afirmou que o edital não prevê nenhuma hipótese para a devolução do dinheiro, mas o candidato que se sentir prejudicado pode formalizar um pedido para a Comissão Examinadora. O professor de Direito Administrativo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Romeu Felipe Bacellar Filho, afirmou que o candidato terá que provar que tem outro concurso ou compromisso inadiável na mesma data. "Diante do caso concreto, o Tribunal avalia se devolve o dinheiro da inscrição ou não", explicou o professor. Para ele, a mudança na data não deve causar cancelamento no concurso. "Os candidatos vão concorrer em igualdade de condições e o interesse individualizado, daqueles que já têm outra prova, não pode interferir na realização do teste", ressalta. No entanto, para a professora de direito administrativo da Universidade Positivo (UP) Lucimara Coimbra, a situação é complicada. "Os candidatos podem alegar que houve facilitação, por causa do nível de dificuldade das questões".

Outras reclamações

Candidatos que fizeram a prova em outras cidades também reclamaram da organização do concurso. A psicóloga Elaine Cristina de Camargo Faés fez o exame em Curitiba, mas ficou preocupada com o sumiço das provas. "Nós não sabíamos o que tinha acontecido. E se esse gabarito caiu na mão de alguém?", questiona.

Elaine, que é servidora pública e já prestou outros concursos, comenta que nunca viu tanta desorganização. "Não tinham fiscais que acompanhassem os candidatos que precisavam sair da sala durante a prova. Outras pessoas comentaram que foram ao banheiro com o celular no bolso", conta.

Lucimara diz que esses episódios podem gerar suspeitas e afetar a credibilidade do concurso. Os candidatos que se sentirem prejudicados ou o Ministério Público podem questionar as ações, desde que os fatos sejam comprovados. "Se o Tribunal constatar essas irregularidades, o mais correto é fazer um concurso novo", explica Bacellar Filho.

Aplicação das provas

Paola Virginia Delinski é uma das candidatas que não pode fazer a prova. Ela conta que os portões foram fechados às 7h30, mas já passava das 8 horas e a prova ainda não havia começado. Uma representante da empresa organizadora com concurso foi até a sala avisar que havia ocorrido um problema com os cadernos de prova. "Ela disse que teríamos que esperar, pois um malote de provas havia sido extraviado e outro estava sendo trazido de Curitiba", conta.

A candidata conta que durante a espera os outros concorrentes começaram a se comunicar com pessoas de fora do local das provas pelo celular. Só por volta das 9h20, segundo Paola, a organização do concurso informou que o teste seria adiado. "Eu já estou me preparando há meses para este concurso, paguei cursinho. Tinha muita gente de fora, que veio só para fazer a prova e a falta de organização provoca isso", reclama. Em Ponta Grossa seriam aplicadas as provas para candidatos de Cândido de Abreu, Curiúva, Ipiranga, Rebouças, Teixeira Soares, Castro, Imbituva, Irati, Reserva e Telêmaco Borba. As provas foram remarcadas para o dia 25 de outubro em Ponta Grossa. Em nota, O TJ afirmou que os candidatos serão informados por e-mail sobre o local e horário da nova prova. Esta é a segunda mudança na data do teste seletivo. Marcado originalmente para 2 de agosto, o concurso foi adiado para 20 de setembro em razão da gripe suína.

A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com a FAE para comentar o esquecimento dos cadernos de prova em Curitiba. A assessoria de imprensa da instituição informou só falaria sobre o caso por meio de uma nota, mas até as 20h30 nenhuma informação foi divulgada.

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