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Foco na Carreira

Há um ano no Brasil, universidade do Vale do Silício forma para o mercado de trabalho

Vagas abertas nas empresas que possuem parceria com a Udacity receberão em primeira mão os currículos dos alunos e vice-versa. | Reprodução/Udacity
Vagas abertas nas empresas que possuem parceria com a Udacity receberão em primeira mão os currículos dos alunos e vice-versa. (Foto: Reprodução/Udacity)

“Universidades hoje em dia não estão fazendo um bom trabalho preparando os estudantes para o mercado de trabalho”, crava Carlos Souza, Diretor Geral para América Latina da Udacity, a “universidade do Vale do Silício”. Todo o trabalho da sua instituição gira em torno justamente desse pressuposto – e a intenção é revolucionar.

Fundada em 2011 Sebastian Thrun, VP de inovação do Google, David Stavens, Ph.D. em Stanford e Mike Sokolsky, especialista em robótica pela mesma universidade, a Udacity funciona como plataforma eletrônica de conhecimento, mas não se resume a transformar o conteúdo das salas de aula em vídeos para web. Todo o conteúdo, focado principalmente em tecnologia e inovação, é totalmente otimizado, em tempo e formato, e o tempo inteiro validado por profissionais de algumas das empresas mais renomadas do mundo.

Iniciando com cursos em formato mais tradicional, a universidade criou após um tempo de existência o conceito de “nanodegrees”: cursos de curta duração que funcionam como especializações com conteúdo focado principalmente nas áreas mais deficitárias em mão de obra no setor de tecnologia. Em cerca de 3 meses, alunos saem com um certificado validado por profissionais de empresas como Google, Amazon, IBM, Vive, Facebook e Mercedes, além de outros parceiros de peso da instituição.

Além da dinamização do conteúdo online, outro diferencial do qual a Udacity se orgulha é o de fazer todos os seus alunos “colocarem a mão na massa”. Carlos contabiliza que cada nanodegree requer a entrega de cinco a oito projetos, todos baseados em soluções que realmente serão esperadas de um aluno no mercado de trabalho. “Se você faz um nanodegree de desenvolvedor Android, você vai ter que desenvolver de quatro a cinco aplicativos”, exemplifica Souza.

Entram os profissionais das empresas parceiras justamente no acompanhamento de cada aluno: todos os trabalhos desenvolvidos durante os cursos são revisados e comentados em até 24 horas por profissionais selecionados das companhias que assinam como parceiras.

Segundo Souza, interessados nos cargos de revisão seguem pelo menos três passos para se provarem aptos a acompanhar os alunos: resolver um dos problemas desenvolvidos pela Udacity; corrigir um projeto com acompanhamento de profissional interno à Udacity e a avaliação constante dos alunos, que classificam toda a sua experiência durante o curso.

Há ainda auditorias realizadas esporadicamente, seja pela percepção ou aviso sobre alguma anomalia na avaliação ou rendimento do profissional ou “de surpresa”. Os profissionais são remunerados como freelancers por trabalho corrigido.

Carreira

O terceiro diferencial que vende a Udacity é o suporte de carreira. “Chegando ao final do curso, ajudamos aqueles que buscam se recolocar ou começar uma carreira a escrever currículo, criar perfil no LinkedIn, a lidar com entrevista técnica e também na conexão com nossos parceiros. A gente não só tem parceiros na criação dos cursos como todos os parceiros contratam com a gente”, elenca o diretor.

Basicamente, vagas abertas nas empresas que possuem parceria com a Udacity receberão em primeira mão os currículos dos alunos e vice-versa, aumentando consideravelmente a chance de recolocação profissional logo após o término do curso. No Brasil, alguns desses parceiros são a 99, VivaReal, Latam, IBM do Brasil, entre outros.

Expansão no Brasil e preços

Em junho de 2016, a alocação de um escritório dedicado em São Paulo fez parte da primeira grande expansão da Udacity – Xangai, Berlim e Londres também receberam filiais. Com a chegada ao Brasil, tradução do conteúdo, adequação e parcerias locais foram apenas o começo de uma transformação local pretendida pela marca.

“Qualquer brasileiro poderia já fazer um dos nossos cursos, mas agora temos especialistas brasileiros capazes de dar nosso feedback; oferecemos uma proposta de valor que cabe no bolso do brasileiro e temos também essas parcerias de contratação localmente”, lista Carlos. Os preços no Brasil são entre 25% e 50% menores aqui com relação aos Estados Unidos.

A experiência tem se mostrado positiva: segundo o diretor, o crescimento semanal no país vem sendo entre 5% e 15% neste um ano desde o lançamento. Para ele, isso comprova tanto a deficiência da educação localmente quanto o fato de que a educação é uma área que cresce no país independentemente de crise econômica. “A nossa mão de obra precisa ser qualificada”, conclui.

A plataforma

Um brasileiro que acesse agora o site da Udacity pode se inscrever para dezenas de cursos em português e em inglês. A página permite filtrar a busca por nível, empresa parceria, idioma ou plataforma de tecnologia. Há opções gratuitas e pagas, totalmente online, e todas elas contam com o mesmo padrão de avaliação.

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