Se as suspeitas de febre aftosa no Paraná forem confirmadas, a produção de carne suína, além da bovina, deve ser embargada pelos países importadores. Até aqui quase 50 países já suspenderam a importação de carne bovina oriunda do Brasil. Apesar do problema ter se manifestado apenas em bois até o momento, os compradores temem que o vírus causador da doença atinja também porcos e, por isso, normalmente restringem a entrada dos dois tipos de carne. Com isso, o estado perderia US$ 23 milhões em exportações por mês ou 0,4% do total embarcado em cada mês. As informações estão em reportagem de Guido Orgis e Valmir Denardim, da Gazeta do Povo.
No segmento de carnes, o produto de origem suína é o que tem o segundo maior mercado, atrás apenas do frango, segundo dados do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Paraná (Sindicarnes). São quase 8 mil toneladas exportadas por mês, em média, o que representa um faturamento de US$ 16 milhões ao mês. Mais que o dobro dos números apresentados com a criçaõ de bovinos, que soma 3,4 mil toneladas embarcadas por mês, ou US$ 7,5 milhões.
A carne brasileira já foi embargada por quase 50 países, mas o veto ficou restrito na maior parte dos casos ao produto com origem em Mato Grosso do Sul. Dos maiores importadores, apenas a União Européia decidiu cancelar também a compra da carne de São Paulo e do Paraná. Com focos em solo paranaense, a tendência é que outros clientes tomem a mesma medida.
A preocupação se explica pelo volume importado pelos russos, que chega a 80% da carne suína e 70% da bovina embarcada pelo Paraná. No ano passado, os russos chegaram a interromper a compra dos frigoríficos brasileiros após a detecção de um foco de aftosa na Região Norte. O veto foi revisto e, em 2005, os exportadores vêm recuperando espaço no mercado daquele país. "Há um vínculo entre a carne bovina e a suína. Geralmente os países se fecham em um primeiro momento para depois negociar", afirma Rui Vargas, diretor da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Carne Suína (Abipecs).
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