Com o pensamento na Copa do Mundo, instituições de ensino têm se movimentado para oferecer cursos voltados para o megaevento esportivo. Área em que gestão e planejamento têm cada vez mais se mostrado fundamentais, a segurança é uma das peças-chave para o sucesso do evento aguardado para 2014.
Em Curitiba recentemente foram lançadas duas pós-graduações com o objetivo de estimular o pensamento crítico e a produção científica a respeito do tema segurança.
A Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) oferece o curso de Gestão Estratégica de Segurança Security Officer, com foco para grandes eventos, como a Copa do Mundo, e voltado para o público interessado na atuação dentro da segurança privada.
Não é um curso voltado para quem vai atuar na revista da entrada do estádio, mas para gestores, que coordenam, planejam e colocam em execução ações de segurança, segundo o coordenador do curso, Renato Jorge da Silveira, especialista em Estratégia em Segurança Pública e coronel da reserva da Polícia Militar. "O foco principal é o planejamento e a inteligência, é o pensar nas possibilidades que podem ocorrer em um evento causando danos nos diferentes setores. É preciso saber antes o que pode acontecer, para poder se preparar, como conhecimentos da psicologia da violência e sociologia da criminalidade, por exemplo", diz.
Discussão científica
De acordo com o delegado da Polícia Federal Algacir Mikalovski, coordenador do curso de especialização em Segurança Pública: Fundamentos, Panorama e Perspectivas do Centro Universitário UniCuritiba, de uma forma geral há uma grande necessidade de formar e aperfeiçoar os profissionais de segurança no país, e de melhorar as políticas públicas envolvidas. "Temos carência de cursos de pós-graduação e de formação na área de segurança pública. É preciso que essa filosofia de trabalho seja discutida não só pelas polícias, mas pela sociedade, que não está satisfeita com o resultado das iniciativas públicas. Precisamos de projetos e de discussão científica, que pode vir de dentro de uma pós-graduação", diz.
Apesar de a força policial não atuar diretamente nos jogos do torneio, trabalho reservado a profissionais de empresas privadas contratadas pela Fifa, este é um evento que muda a dinâmica da segurança pública por diversos fatores, a aglomeração de pessoas e a vinda de estrangeiros são alguns deles. "No entorno, o policial vai continuar fazendo o trabalho preventivo e de repreensão do crime. E vai entrar no estádio se necessário, se houver um crime ou investigação", diz.
Para o coordenador-geral de pós-graduação do UniCuritiba, Alex Teixeira, não basta colocar o segurança na porta e o policial na rua, há que se pensar na segurança como uma questão estratégica, que articule todos os aspectos envolvidos. "No fim das contas, a força de segurança será mista, com seguranças ligados à Fifa dentro dos estádios, mas com o macro sendo gerenciado pela força de segurança pública", diz.