Lançado em dezembro de 2009, o concurso de 6.565 vagas dos Correios sofreu inúmeros contratempos retificações, prorrogação das inscrições, informações desencontradas sobre a contratação de uma organizadora e até mudança da diretoria do órgão, para ficarmos em alguns exemplos. O último episódio foi o adiamento das provas, anunciado na última semana, de 19 de setembro para 28 de novembro. A reportagem conversou com três especialistas em concurso sobre o tema e apurou as melhores estratégias de estudo para essa reta final de preparação.
Segundo o especialista em concursos Carlos Eduardo Guerra, a mudança nas provas dos Correios é "um absurdo. É um adiamento sucessivo [em julho as provas haviam sido marcadas para 19 de setembro], que não é aceitável e que mexe com o estímulo do candidato", afirma. Já para Paulo Estrella, da Academia do Concurso, o intervalo de oito meses entre a divulgação do concurso e a realização da prova tende a desanimar o candidato, mas ele vê um lado positivo. "É ruim, mas o candidato pode tirar proveito pois terá um prazo maior para estudar; é importante manter a disposição", aconselha.
É importante manter um ritmo intenso ou acelerar os estudos. Os candidatos devem investir na resolução de provas anteriores, sejam do órgão, ou da organizadora. "A ideia é verificar como a Cesgranrio vai cobrar essas questões, de que forma os enunciados são escritos, quais os conteúdos que ela usa mais. Tem de direcionar os estudos e saber tudo que pode ser cobrado na prova", avalia Estrella. Candidatos a carteiro também devem investir na preparação do teste físico, que, segundo o também especialista em concursos Alexandre Vasconcelos, tem eliminado muitos candidatos.
Deixou para a última hora? Quem ainda não começou os estudos deve, também, buscar provas anteriores da Cesgranrio. Para Vasconcelos, a organizadora costuma ser uma banca previsível e que não apresenta grandes novidades, fazendo uso de questões quase idênticas. "Uma boa dica é procurar em editoras especializadas livros e apostilas que tenham exercícios comentados para se aprofundar nas matérias e fazer um raio X dos assuntos que costumam ser mais cobrados", diz. Assistir a aulas de especialistas de matérias em cursinhos é uma opção para aqueles que só agora se deram conta do passar do tempo.
A estratégia de estudar por meio de provas anteriores também permite identificar os pontos fracos do concurseiro quanto ao conteúdo. A solução é fazer o maior número de exercícios e se, possível, de bancas semelhantes. Estrella recomenda atenção extra ao conteúdo de Informática, que tem questões em menor número que as demais disciplinas: "Com isso um erro em informática acaba tendo um peso maior que o candidato errar uma questão de Matemática ou Português", avisa.
Ainda assim, quem estiver desanimado com os rumos que o processo seletivo tomou, segundo Guerra, pode pedir na Justiça o ressarcimento do dinheiro investido.