O crescimento modesto da economia impediu a criação de um número maior de empregos em outubro e deixou o desemprego estável na Região Metropolitana de São Paulo. No entanto, o resultado é positivo no ano. A taxa de desemprego, que estava em 17,1% da População Economicamente Ativa (PEA) em dezembro de 2004 ficou em 16,9% em outubro passado. Alexandre Loloian, economista da Fundação Seade, afirmou que o crédito e as exportações seguraram o nível de emprego em 2005. Para ele, se a taxa de desemprego não teve até agora uma queda substancial, pelo menos não manteve a 'sina' de aumentar após o bom resultado da economia em 2004, que foi um ano de forte crescimento.
- Pelo menos não cumprimos a sina de um ano bom ser seguido por um ano ruim. Apesar dos desajustes na economia, com taxa de câmbio desfavorável e juros elevados, a economia passou imune, mesmo com um turbilhão na política - disse o economista.
Loloian afirmou que a economia, apesar dos problemas, cresce e acompanha o desempenho favorável do mercado externo. Para ele, um crescimento de 3% não é substancial, enquanto países da Ásia cresce a uma taxa de 9%. Apesar disso, ele diz que 2005 não foi assim tão desfavorável. No mercado de trabalho, por exemplo, houve melhora na qualidade dos empregos e aumento no rendimento médio dos trabalhadores, que teve alta de 2,5% entre setembro de 2004 a setembro de 2005.
- Pelo menos, o mercado de trabalho não piorou. O desemprego está menor e o rendimento cresceu em relação a 2004, que tinha sido um ano muito bom - afirmou.
O economista culpou a alta dos juros pelo desempenho modesto dos empregos na Região Metropolitana de São Paulo, já que as exportações foram boas e o crédito ao consumidor aumentou.
Tradicionalmente, outubro seria um mês de queda na taxa de emprego, mas ela se manteve estável. Mantida a trajetória comum a todos os anos, o nível de emprego deve aumentar em novembro e voltar a cair em dezembro, quando a indústria demite os trabalhadores temporários.