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Referendo

Crescem pedidos de registro de armas em Londrina

Com a proximidade do referendo que vai definir a proibição ou não do comércio de armas no Brasil, os pedidos de registro de armas na Polícia Federal de Londrina apresentaram um sensível aumento.

O setor da PF que realiza esses procedimentos, contabiliza um crescimento do número de pessoas que procuram o local para legalizar suas armas, fazer o recadastramento ou a transferência.

Segundo informações do Sistema Nacional de Armas, o Paraná é o segundo estado com o maior número de armas registradas (467.085), só perdendo para São Paulo, que possui 3.644.632 de armas legais.A delegacia de Londrina não tem o levantamento dos pedidos de registros realizados nos últimos meses. No entanto a agente do setor na Cidade, Ana Célia Tavares, informou que, desde o mês de julho, o número de pedidos tem aumentado de forma clara. "Desde que anunciaram o referendo, os pedidos começaram a crescer. Foi a mesma coisa nos primeiros dias do anúncio do Estatuto do Desarmamento", disse.

Ainda conforme ela, a média anterior a julho era de 10 pedidos diários. Agora, esse número varia entre 25 a 35 pedidos de registros. "Acredito que fazemos pouco mais de 100 registros por semana", analisou. De acordo com os dados fornecidos pela agente, atualmente são feitos mais de 400 registros de armas por mês. Anteriormente, o número não passava de 200. "Pode se dizer que o número dobrou mesmo. A procura é grande".

Conforme a agente, o perfil básico daqueles que estão pedindo o registro é de pessoas ligadas à área de segurança. "São policiais, promotores, delegados, juízes e outras pessoas que precisam dar o exemplo de regularização de suas armas", completou. No entanto, ela lembra, que o registro apenas regulariza a posse da arma em casa e não o porte. "O porte de arma não existe para o cidadão comum desde o dia 23 de setembro, quando entrou em vigor o Estatuto do Desarmamento", disse.

Segurança

O policial militar Edvaldo Aparecido Lopes fazia ontem à tarde o registro de seu revólver calibre 38. Segundo ele, essa arma foi comprada há pouco tempo para utilização fora de serviço. O uso, segundo ele, é necessário por questões de segurança pessoal e também para atuação em casos que ele presencie crimes.

"A comunidade cobra uma atuação do policial, mesmo quando estamos fora de serviço. É preciso estar preparado", disse.No entanto, ele é contra a procura por registro de armas e mesmo a posse por cidadãos comuns. "É um risco e um erro uma arma na mão de uma pessoa que não recebeu um treinamento rigoroso".

Lopes ainda defende punição rígida para qualquer pessoa que esteja com uma arma, seja ela legalizada ou não. "A pessoa armada pode causar um desastre e por motivos fúteis, como uma briga de bar ou de torcida. Esses exemplos acontecem sempre", completou.

Idéia diferente tem o metalúrgico, Valter Mitio Myabe, 37 anos. Ele esteve na sede da PF para renovar o registro de sua pistola de calibre 380. "Vou mudar para um bairro novo, que não tem muitos moradores e a polícia não aparece. Eu preciso garantir minha segurança", argumentou. Ele ainda disse ser um colecionar e pretende comprar outra arma antes do referendo. "É para deixar em casa. Vou usar apenas se acontecer alguma coisa".

Segundo informações da PF, para obter o registro de armas é necessário fazer o requerimento e apresentar as declarações de efetiva necessidade (de que não responde a inquérito policial, de antecedentes criminais) e os comprovantes de capacidade psicológica, ocupação lícita e capacidade técnica. O documento leva em torno de 90 dias para ser entregue para o requerente.

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