Ao forçar a redução de equipes e o repensar de algumas estratégias, a crise forçou algumas mudanças dentro das empresas. A começar pelo destaque dado a determinados cargos considerados essenciais neste momento econômico, aumentando a busca por profissionais capazes de ajudar as organizações a contornarem a crise e trazer resultados.
No caso do Paraná, essa valorização é focada em quem é capaz de otimizar processos e reduzir custos. Um levantamento feito pela consultoria Michael Page mostra que a demanda por esses profissionais é maior no setor de vendas, finanças, marketing, recursos humanos e logística, áreas consideradas fortes no estado.
“De uma maneira geral, a gente olha para a base econômica paranaense e vê uma indústria forte. Apesar de retraída, ela procura profissionais que tragam resultados. Querem alguém que seja multitarefa”, descreve o gerente da recrutadora em Curitiba, Humberto Wahrhaftig.
É por esta razão que cargos como coordenador de compras, gerente de operações e business partner estão sendo tão requisitados, já que são considerados peças-chaves para o bom desempenho das companhias neste momento de crise.
Substituição
Embora essas sejam profissões em alta, Wahrhaftig destaca que elas não representam uma expansão do mercado, mas um aumento de demanda em um cenário encolhido e que o panorama é de substituição e não de crescimento.
“Até meados de 2013, cerca de 20% da busca era para substituição e o restante para expansão. Hoje, esse número inverteu”, indica o gerente.
Outro reflexo desse movimento é a autoavaliação constante das equipes. Como as empresas estão pensando em otimizar seus processos e estão em busca de pessoas polivalentes, elas precisam ter certeza de que as pessoas não são capazes de entregar tudo o que é preciso antes de buscar alguém melhor.
O gerente explica ainda que esse movimento todo está causando um processo de “seniorização” dentro das organizações.
Contratação
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo divulgou uma pesquisa que mostra as profissões que mais geraram postos de trabalho ao longo de 2015.
E o setor de serviços foi o que mais contratou no ano passado, com ênfase para trabalhadores especializados na manutenção de edificações, operadores e telemarketing e recepcionistas. Ao todo, apenas essas três áreas criaram mais de 124 mil empregos.
A lista ainda traz técnicos auxiliares em enfermagem, garçons e professores de nível médio na educação infantil como outros setores aquecidos em meio à crise.
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