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Crise deixou legião de jovens desempregados; veja o cenário no Paraná

Maringá teve o melhor desempenho, mas ainda assim apresentou recuo de 37,4% nas contratações de iniciantes entre janeiro e agosto desde 2010. | Daniel Castellano/Gazeta do  Povo
Maringá teve o melhor desempenho, mas ainda assim apresentou recuo de 37,4% nas contratações de iniciantes entre janeiro e agosto desde 2010. (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do  Povo)

O alto índice de desemprego desencadeado pela crise econômica afetou profissionais de todos os níveis e áreas, mas, especialmente, aqueles que estão chegando agora no mercado de trabalho. No Paraná, a queda no número de admissões do primeiro emprego com carteira assinada chegou a 48,8% no acumulado de janeiro a agosto de 2017 ante o mesmo período de 2010, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. No mesmo período, e redução no reemprego, de quem já tem experiência na carteira, ficou em 19,8%.

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Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa e Cascavel, as cinco cidades mais populosas do estado, seguiram a tendência de queda na contratação de iniciantes verificado no Brasil e no Paraná. A queda mais brusca da participação do primeiro emprego no total de admissões no comparativo dos primeiros oito meses de 2017 e 2010 ocorreu em Londrina (-61%) – neste ano até agosto, a contratação de iniciantes representou apenas 7,2% do total de admissões feitas na cidade, desempenho que só não foi pior do que o de Curitiba, a cidade que menos absorveu os novatos em 2017, com apenas 6,7% das contratações.

A explicação está na grande quantidade de profissionais experientes, capacitados e em busca de emprego. Na hora da contratação, quem está começando agora acaba sendo preterido por trabalhadores mais qualificados. Assim, o primeiro emprego passa a representar uma fatia menor das admissões. Entre janeiro e agosto de 2010, ele correspondia a 13,3% das contratações no Paraná, mas caiu para 8,9% em 2017.

Primeiro emprego recuou em todos os setores

Ninguém escapou dos cortes nas contratações de iniciantes, mas alguns setores da economia foram mais prejudicados. A Indústria foi a mais afetada em Cascavel (-55,8%), Curitiba (-70,9%) e Ponta Grossa (-62,3%); a Construção Civil em Londrina (-81,4%) e a Agropecuária em Maringá (-76,9%). A única exceção à regra, no recorte de janeiro a agosto dos últimos oito anos, está na Construção Civil de Ponta Grossa, que mostrou um crescimento de 12,2% na contratação de iniciantes no mercado de trabalho.

INFOGRÁFICO: Veja o cenário do primeiro emprego no Paraná

Curitiba

Na capital, a Construção Civil é o setor que menos reduziu as contratações para o primeiro emprego (-30,8%) no período analisado, mas também é o que menos absorve esses jovens, que representaram apenas 5,3% do total de admissões entre janeiro e agosto de 2017. Já a Agropecuária, que teve a segunda maior variação negativa no mesmo período, teve, neste ano, 13,5% da sua força de trabalho composta por quem assinou a carteira pela primeira vez. Os setores de Serviços e Comércio, que constituem a base da economia da capital,, sofreram quedas bruscas, de 52,2% e 62,9%, respectivamente, na participação do primeiro emprego no total de admissões.

Londrina

Na cidade com a queda mais acentuada nas contratações de iniciantes, o setor que menos absorve esses jovens é a Construção Civil: entre janeiro e agosto de 2017 eles representaram somente 4,4% dos trabalhadores contratados com carteira assinada. Enquanto isso, no Comércio eles são 9% da força de trabalho, setor que sofreu a menor queda na cidade (-54%) no comparativo de janeiro a agosto de 2017 frente ao resultado do mesmo período de 2010. Neste intervalo, tanto a Indústria quanto a Agropecuária reduziram em 70% as admissões para o primeiro emprego, e o setor de Serviços recuou 57,4%.

Maringá

Com uma queda de 37,4%, Maringá é a cidade em que a contratação para o primeiro emprego foi menos afetada entre janeiro e agosto de 2017 frente o mesmo período de 2010. O menor impacto foi no setor de Serviços, com um recuo de 21,9% nas admissões de novatos, seguido pela Indústria, com queda de 33,5%. O comércio teve uma variação negativa de 42,5% no mesmo período. Até agosto deste ano, o primeiro emprego representava 9% do total da força de trabalho na Indústria do município, mas apenas 3,4% na Construção Civil.

Ponta Grossa

A Construção Civil ponta-grossense é o ponto fora da curva na análise, sendo o único setor em que o primeiro emprego cresceu entre janeiro e agosto de 2017 na comparação com o mesmo período de 2010. O segundo melhor desempenho é o da Agropecuária, embora com um recuo de 23,6% na participação do primeiro emprego no saldo total de admissões. Em seguida vêm o setor de Serviços (-33%) e o Comércio (-40,2%). Na Indústria, que diminuiu em 62,3% as admissões de iniciantes nos últimos oito anos, o primeiro emprego representou, até agosto, 10,1% da força de trabalho.

Cascavel

Já em Cascavel, quem sofreu menos foi o setor de Serviços e a Agropecuária, com variação negativa de 23% e 30,7%, respectivamente, no recorte de janeiro a agosto entre 2017 e 2010. Estes são seguidos pelas quedas acentuadas no Comércio (-36,1%) e Construção civil (-45,6%). Considerando as admissões realizadas entre janeiro e agosto deste ano, o setor com melhor desempenho é o Comércio, com 11% do total das admissões para quem ainda não tinha carteira assinada – índice que cai para 9,2% na Indústria e 4,8% na Construção.

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