Em momentos de crise, quando o salário começa a render menos do que costumava, muitos profissionais pensam em finalmente pedir o aumento que vinham adiando. Mas será que a crise é um bom momento para pedi-lo? Especialistas em carreira alertam para alguns critérios que devem ser avaliados antes da temida conversa com o chefe e veem a recessão como uma oportunidade de o profissional arregaçar as mangas e mostrar o que é capaz de fazer pela empresa, de olho na recompensa que virá quando a tempestade passar.
O funcionário que tomar a atitude de pedir um aumento salarial sem antes considerar importantes fatores internos e externos pode ficar mal visto na empresa e até ter um possível aumento adiado. “É interessante evitar pressionar por aumentos neste período de crise, pois os empresários estão pensando em soluções para a empresa e essa atitude poderia ser avaliada como mais um problema”, diz Renato Mendes, consultor de carreiras da plataforma de empregos Job1. Segundo ele, o gestor pode ver isso como um descaso do funcionário com relação à empresa.
O primeiro passo antes de bater à porta do chefe é avaliar a situação da empresa e, mesmo que esta seja boa, considerar se é uma lucratividade temporária ou um crescimento sólido e constante.
Além disso, o profissional precisa avaliar seus próprios resultados e se eles justificam um aumento. “Leve a avaliação de competências com um resultado positivo, uma pesquisa salarial, caso seu salário esteja abaixo da média da categoria, e mostre sua contribuição para a empresa”, diz a especialista em Recursos Humanos Rejane Teresinha Giacommini, diretora da RTC Consultoria.
Segundo Rejane, o funcionário deve fazer um marketing pessoal constante dentro da empresa e garantir que os gestores e funcionários saibam qual vem sendo sua contribuição.
Se todas as conclusões forem positivas, o pedido pode ser feito, sempre por meio da boa e velha conversa e, de preferência, escolhendo um dia de bom humor do chefe. Ainda assim, sempre se corre o risco de ouvir um não. “Nesse caso, o ideal é compreender a justificativa. O profissional deve traçar em conjunto com o gestor um plano de trabalho, com metas claras e o estabelecimento de uma data para uma nova conversa, e depois executá-lo pedindo feedbacks constantes”, recomenda Carla Esteves, sócia da DMRH.
Motivação
Em um cenário ruim, a falta de perspectivas de um aumento tende a desmotivar as equipes. Neste caso, a capacidade de automotivação é que pode fazer diferença. A palavra de ordem nas organizações é otimização, de recursos e de gestão, por isso os especialistas recomendam que os profissionais vistam a camisa e se mostrem imprescindíveis, conquistando o devido reconhecimento quando a companhia atravessar a crise.
“A dica é não trabalhar pelo salário que se ganha no presente, mas com foco, empenho e dedicação compatíveis com o salário e cargo que se deseja no futuro”, diz Carla Esteves. “É com uma atitude assim que uma pessoa se destaca dos demais e faz sua carreira pisar forte no acelerador”.
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