Pela primeira vez no Brasil, os cursos de pós-graduação lato sensu em administração e contabilidade passarão a receber certificados de acreditação. O sistema, criado pela Associação de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração e Contabilidade (Anpad), visa estabelecer critérios de qualidade e avaliar os cursos existentes na área. De acordo com o gerente-executivo do Sistema de Acreditação Anpad (SAA), Roberto Moreno, a avaliação se faz necessária diante do crescimento expressivo e desordenado desses cursos. Segundo o Ministério da Educação (MEC), todas as instituições de ensino superior estão autorizadas a oferecer cursos de pós-graduação lato sensu.
- Segundo estimativas, existem entre 8 mil e 15 mil cursos de pós-graduação lato sensu na área de administração e contabilidade em todo o Brasil. Essa diversidade confunde e engana os alunos, que ficam sem critérios de comparação na hora de sua escolha. Diante do crescimento expressivo e desordenado desses cursos, e da falta de avaliação - a Capes é responsável pela avaliação e acreditação dos cursos de pós-graduação strictu sensu - a Anpad desenvolveu uma metodologia para isso - explica Roberto Moreno.
As primeiras instituições de ensino a receberem o selo SAA são as Universidades Federais de Minas Gerais (UFMG), Paraná (UFPR), Rio Grande do Sul (UFRGS), Rio de Janeiro (UFRJ) e a Fundação Instituto de Administração de São Paulo (FIA).
Os programas são visitados por auditores, que avaliam se os cursos atendem aos padrões de excelência exigidos. Entre os critérios estão a qualidade do programa, dos professores, da produção técnica e científica, infra-estrutura e o valor para o mercado de trabalho, para isso há uma acompanhamento de ex-alunos que já estão inseridos no mercado. O resultado é analisado pelo Comitê Executivo, que pode conceder a certificação.
O selo de certificação vai facilitar o processo de escolha dos alunos pelo melhor curso de pós-graduação latu sensu, acredita o gerente executivo do SAA, professor Roberto Moreno, prevendo também que a iniciativa vai gerar, entre esses cursos, um crescimento na demanda pela qualificação no país.
Segundo Moreno, nesta primeira leva de avaliações não estavam incluídas nem a PUC-Rio e nem a FGV por questões éticas, já que os professores envolvidos no processo de acreditação também fazem parte dessas instituições.