SÃO PAULO - O custo de vida do paulistano aumentou 0,38% em novembro, bem menos do que a taxa de outubro, de 0,57%. A maior alta foi observada para as famílias mais pobres, com renda média mensal de R$ 377,49. Para esta faixa de salário, o custo de vida ficou 0,47% mais caro. O Índice de Custo de Vida (ICV), pesquisado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), mostra que a alta foi de 0,44% para as famílias com renda intermediária (R$ 934,17 ao mês) e de apenas 0,34% para as de maior poder aquisitivo, com renda média de R$ 2.792,90.
A inflação pesou mais no bolso dos mais pobres porque a maior elevação de preços ocorreu no item Alimentação, cujos preços aumentaram em média 1,15% no mês passado e contribuíram com 0,29 ponto percentual da taxa média de 0,38%. Para quem ganha menos, a compra de alimentos é a que mais pesa no orçamento e absorve a maior parte do salário. A alta foi de 3,26% nos produtos in-natura e semi-elaborados e de 0,55% na alimentação fora de casa. Os alimentos industrializados tiveram deflação de 0,71%.
Com o resultado de novembro, a inflação acumulada de janeiro a novembro pelo ICV é de 4,34%. Num prazo mais longo, o custo de vida subiu menos para os mais pobres (3,68%) e mais para os mais ricos (4,71%). Para a camada de renda intermediária, a taxa é de 3,9% no ano.
Para os economistas do Dieese, a alta dos alimentos foi provocada por razões sazonais. Frutas ficaram 5,59% mais caras, com aumentos de 16,25% no abacate, de 7.91% na maça e de 7,09% na laranja, por exemplo. As hortaliças tiveram alta de 8,58% e os legumes, de 17,05%. O preço do tomate subiu 36,73%) e o pimentão ficou 15,86% mais caro. No item raízes e tubérculos, a alta foi de 25,45% e o destaque foi o preço da batata, que aumentou 50,61%. As carnes registraram aumento de 1,94%. A carne bovina, sozinha, ficou 2,09% mais cara, mas os preços da carne suína e do frango caíram 0,14% e 1,39%, pela ordem.