Os filhos de Bernardete não escondem que sua opinião sobre o desarmamento é fortemente influenciada pela violência sofrida pela família. "Lá onde moro, se não tiver arma, montam em você. Se marcar touca, levam você mais de uma vez", diz André, de 19 anos, funcionário de uma lan house.
Ele argumenta que poderia acompanhar a mãe e votar pela proibição do comércio de armas se o sistema de segurança pública fosse eficiente. "Mas não dá para confiar na polícia. Só confio em mim, e para isso tenho de estar de igual para igual." O irmão, Anderson, não pensa diferente. A descrença no poder do Estado em dar segurança é o que justifica sua posição. "Se proibir, o bandido vai saber que não tem arma na casa e vai se sentir mais seguro. Hoje, ele não sabe o que esperar."
Para o arquiteto Fabio Siqueira, de 30 anos, a opção também será o botão 1, e não o 2 que sua mãe, Ana Clara, vai apertar hoje. "Não acho que a solução seja proibir, e sim controlar", diz ele, cético em relação à restrição do comércio. "O referendo camufla a incompetência do governo em prover segurança."
O irmão de Fabio, o chefe de cozinha Pedro Siqueira, cita argumentos parecidos, mas prega o voto nulo como forma de demonstrar essa posição. "Como mecanismo democrático, o referendo é importante, mas está sendo mal usado", justifica. "Do jeito que foi feito, é desperdício de dinheiro público."
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