O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, disse nesta terça-feira em Brasília a dívida pública deverá ter neste ano um crescimento de R$ 10 bilhões somente com o esforço feito pelo Banco Central para reduzir a inflação. Levy também adiantou que até agora não recebeu nenhuma indicação do Ministério da Fazenda para liberar recursos para os estados para compensar perdas da Lei Kandir.
Levy disse ainda que o crescimento de títulos públicos com prazo de vencimento alongado vem permitindo ao Tesouro Nacional reduzir os gastos com refinanciamento da dívida pública. Para este ano, a previsão é que o refinanciamento fique bem abaixo dos cerca de R$ 900 bilhões previstos na lei orçamentária. No entanto, o secretário não quis precisar o valor.
Questionado pelo deputado Sérgio Miranda (PDT-MG), Levy, não quis revelar qual a estimativa para o superávit primário (receitas menos despesas em levar em conta gastos com juros) até o fim do ano. Ele negou apenas que o governo esteja trabalhando com meta fixa superior a 5% do Produto Interno Bruto (PIB). A meta prevista pelo governo é de 4,25% do PIB. No entanto, o superávit já acumula, até agosto, 6,3% do PIB, segundo o Banco Central.O secretário do Tesouro afirmou também que a taxa básica de juros deve ficar entre 12% e 13% nos próximos anos se o governo mantiver a política de esforço fiscal. Atualmente, a taxa está em 19,5% ao ano.
