Dicas
Lembre-se de que o momento do desligamento faz parte da sua trajetória na empresa. De nada adianta ter um desempenho impecável durante o período em que trabalhou lá e errar na hora da saída
O que cai bem
Informe-se sobre os procedimentos da empresa para esses casos e tente seguir o padrão usado pela organização.
Converse com o seu gestor direto e peça um feedback final sobre sua atuação.
Se for o caso de pedir demissão, pense se antes de chegar a essa decisão você já conversou com o seu gestor sobre as questões que lhe desagradam. Para o empregador, nunca é bom ser pego desprevenido.
Cumpra com excelência o aviso prévio e treine bem o seu sucessor.
Despeça-se pessoalmente de todos aqueles com que você teve relações durante o período de trabalho.
Deixe contatos pessoais com as pessoas com as quais quer continuar se relacionando.
Caso ache necessário, encaminhe um e-mail formal para os demais colegas de trabalho.
Se possível, comunique também aos clientes e fornecedores de sua saída. Assim, eles não serão pegos de surpresa quando procurá-los na empresa.
O que não cai bem
Não use a conversa de despedida com o seu chefe para reclamar das coisas que lhe desagradam na empresa.
Na hora da despedida, passe seus contatos pessoais e não os da empresa para a qual está indo.
Não abandone o trabalho, deixando pendências para serem resolvidas por seu sucessor.
Na hora de se despedir, evite causar tumulto e atrapalhar o trabalho.
Nunca se sabe o dia de amanhã. A organização da qual você se desliga hoje pode ser a mesma que, daqui a alguns anos, oferecerá a melhor oportunidade de crescimento profissional da sua vida. Por isso, o momento da despedida de uma empresa precisa ser tranquilo, de modo a deixar uma boa impressão e manter as portas abertas. Todo o empenho, resultados favoráveis e bom relacionamento interpessoal podem ser apagados caso a saída seja mal feita.
De acordo com Eliseu Ordakowski, consultor sênior em planejamento de carreira da Produtive Carreira e Conexão com o Mercado, uma boa imagem profissional começa a ser construída no momento do ingresso e não termina após o desligamento. "O mercado é amplo, a empresa cresce, o profissional cresce. As pessoas podem voltar, por isso a ruptura não pode sofrer desgastes. A hora de deixar a empresa deve ser usada para validar essa parceria, lembrar dos aspectos positivos e não para fazer críticas. Lembre-se de que você está interrompendo um período aquisitivo, não uma relação", alerta Ordakowski.
Alguns pontos diferem o desligamento de quem pediu demissão e de quem foi demitido. No primeiro caso, indica Josué Bressane Junior, diretor presidente da Gemte Consulting, o processo ocorre de forma mais aberta e transparente possível. Os motivos da saída precisam ficar claros ao empregador. "Quando a pessoa é despedida, deve ouvir atentamente toda a explicação que lhe for dada, concordando ou não", sugere o diretor da consultoria.
Independentemente de a demissão ter sido iniciativa própria ou do empregador, é fundamental desempenhar com excelência as funções até o dia de partir. Marcela Esteves, gerente da divisão de Finanças e Contabilidade da Robert Half, lembra da importância de cumprir com qualidade o aviso prévio quando solicitado e treinar bem o seu sucessor: "Faça o seu melhor até o fim e deixe boas referências. É de bom tom, inclusive, colocar-se à disposição para o caso de surgir alguma dúvida", indica a consultora.
Manda a etiqueta que o profissional se despeça pessoalmente de todos os que, de alguma forma, foram importantes durante o período em que trabalhou naquele local. Os e-mails de despedida, aconselha a consultora de etiqueta empresarial Célia Leão, devem ser remetidos apenas àqueles que pertencem ao círculo de relações do profissional. "Pega mal entupir a caixa de mensagens dos colegas. A gente se despede só de quem a gente gosta e tem a obrigação de ter gratidão, sem demagogia", enfatiza Célia.
Exemplo
De empregado a empresário. Até nisso, ex-chefes são relevantes
O empresário Demétrio Ferreira não tem dúvidas de que, ao deixar a empresa onde trabalhava como vendedor de veículos seminovos importados, o seu bom relacionamento com os ex-chefes e colegas do mercado foi decisivo para o sucesso do seu próprio negócio. "Eles queriam me realocar em outra empresa do grupo, mas um amigo me convidou para um novo desafio e eu resolvi arriscar". Há um ano e cinco meses ele abriu a MidiMotors e passou de empregado a chefe, com o total apoio dos seus ex-patrões.
"Eu não tinha dinheiro e o know-how para começar, mas tinha coragem e, principalmente, a ajuda das pessoas que me conheciam no mercado e sabiam da minha postura e transparência nos negócios". Em um segmento onde as boas referências são fundamentais, Ferreira ressalta que a condução de um negócio não depende só de dinheiro, mas também de uma boa rede de contatos baseada na confiança, seriedade e profissionalismo.