Se até pouco tempo o problema não era a falta de vagas, mas de trabalhadores, agora esse cenário inverteu. Com muitos candidatos e poucas oportunidades, a qualificação se tornou um fator decisivo na hora de conseguir uma colocação, mesmo em vagas operacionais e de baixa remuneração. “Mesmo com muita gente disponível e pouca vaga, não tem sido fácil preencher os postos abertos em Curitiba”, conta a psicóloga Renata Basso, responsável pelo recrutamento do escritório de Curitiba da Keeper Recursos Humanos.
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A principal queixa é a escassez de gente qualificada, comprometida e com o mínimo de experiência exigida para a função. Antes do carnaval, os candidatos não atendiam aos chamados, faltavam às entrevistas. Depois, a procura por emprego cresceu mais de 80% na empresa de recrutamento, calcula a psicóloga. Mesmo assim, falta foco. “As pessoas não seguem um linha profissional mesmo dentro de posições mais operacionais. Trabalha na área administrativa, faz faculdade de enfermagem e quer uma vaga de recepcionista”, detalha Renata. Esse tipo de comportamento faz com que ela não consiga, por exemplo, fechar uma vaga para a qual tem cinco mil currículos cadastrados.
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Quem está em busca de uma colocação no mercado de trabalho em um cenário hostil como o atual terá de fazer um exercício de autoanálise da vida profissional, recomendam especialistas em recrutamento. Mesmo sem emprego, o importante é não ficar parado e buscar atualização, novas competências e habilidades.
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A retomada das contratações pelas empresas deve começar primeiro pelas posições de menor qualificação e, depois, já com um cenário mais definido, chegar com mais força aos cargos estratégicos e alto escalão das companhias. Em ambos os casos, contudo, a qualificação será o diferencial entre o sucesso e o fracasso na conquista de um emprego.
“Nas posições executivas, as empresas estão buscando profissionais mais sêniores, com mais bagagem e qualificação”, confirma Thiago Gaudencio, gerente do escritório de Curitiba da Michael Page.