O dólar comercial fechou em queda de 0,31%, a R$ 2,243 na compra e R$ 2,245 na venda. Às 17 horas, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) apresentava alta de 2,23%, para 30.866 pontos (volume financeiro de R$ 1,529 bilhão). O leilão de compra de dólares pelo Banco Central não segurou a cotação da moeda americana. O BC pagou R$ 2,2505 por dólar e aceitou propostas de 10 bancos, de acordo com o mercado.
- O mercado ficou praticamente todo o dia aguardando a definição do Federal Reserve (o banco central americano) sobre as taxas de juros nos Estados Unidos. Pela manhã, houve uma certa correção no dólar, mas que não se sustentou mesmo com o leilão do Banco Central para a compra de dólares - afirmou Hideaki Iha, operador de câmbio da corretora Souza Barros.
Para ele, além dos números favoráveis da atividade americana, o mercado prestou atenção aos fundamentos da economia brasileira. A balança comercial brasileira apresentou em outubro saldo de US$ 3,686 bilhões, um recorde para o mês, apesar de ser inferior aos US$ 4,328 bilhões registrados em setembro. As exportações chegaram a US$ 9,904 bilhões e as importações a US$ 6,218 bilhões. Exportações e importações foram recordes para um mês de outubro.
- O mercado esteve hoje animado, apesar da expectativa em relação à decisão do Fed - disse Iha.
O Fed vai decidir sobre os juros dos Estados Unidos e também divulgará um comunicado no qual poderão constar "dicas" sobre o futuro da política de juros americana. A decisão sai a partir das 17h15m (horário de Brasília). O mercado dá como certo que o Fed vai elevar os juros americanos em 0,5 ponto percentual, de 3,75% para 4% ao ano. Os analistas querem saber como é que os diretores do Fed estão vendo os índices de inflação e o ritmo de crescimento da economia americana. Uma sinalização de aumento maior dos juros poderia azedar o humor do mercado, mas não é isso que se espera. Dessa forma, o mercado mantém números positivos.
Logo no começo de outubro, os mercados internacionais sofreram volatilidade com especulações de que a inflação acima do desejado faria o Fed aumentar a dose dos aumentos de juros. Com taxas mais altas nos Estados Unidos, haveria uma migração de recursos hoje aplicados em países emergentes para os títulos americanos, mais seguros e com taxas um pouco melhores. Um movimento de antecipação desse movimento derrubou os títulos da dívida brasileira e as ações das companhias nacionais. Com isso, a Bovespa encerrou outubro com queda de 4,4%. O temor dessa dose de juros mais alta, no entanto, perdeu força.
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