O dólar comercial não conseguiu resistir a mais um bom resultado na balança comercial brasileira, que apresentou superávit de US$ 973 milhões na quarta semana de agosto. A moeda americana, que pela manhã chegou a subir com a disparada do preço do petróleo, acabou fechando o dia bem perto da mínima, em queda de 0,74%, a R$ 2,383 na compra e R$ 2,385 na venda - na mínima, foi vendida a R$ 2,382.

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"A balança comercial continua apresentando resultados extraordinários. Analistas já falam em um superávit de mais de US$ 40 bilhões este ano, ou seja, a entrada de moeda no Brasil é muito grande. Houve pressão do dólar no início do dia com a disparada do petróleo, causada pelo furacão Katrina e a possibilidade de desabastecimento. Mas a moeda americana, que vinha em alta, acabou invertendo", disse Mário Paiva, da Corretora Liquidez.

Logo cedo, o preço do preço foi negociado a US$ 70, mais um recorde histórico. A cotação diminuiu no final do dia. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, estuda a possibilidade de recorrer à reserva estratégica de petróleo do país para compensar os efeitos no setor da passagem do furacão Katrina. Representantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo também informaram que irão propor aos países produtores a elevação de sua oferta real de petróleo e de sua meta de produção em seu próximo encontro em setembro.

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Apesar das recentes altas do preço do barril do petróleo, o mercado continua apostando na redução da Selic em setembro. Segundo o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, o mercado reduziu a sua projeção de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2005 pela 15ª semana seguida e baixou a previsão para 2006 pela terceira vez consecutiva. O prognóstico para este ano caiu de 5,34% para 5,26%, mais uma vez se aproximando da meta ajustada estabelecida para este ano, de 5,1%.

Aposta na redução da Selic em setembro levou mais uma vez os juros futuros a fecharem o dia em queda na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Praticamente todos os contratos terminaram o dia em queda. O Depósito Interfinanceiro (DI) de outubro encerrou em 19,58% ao ano, contra 19,60% do fechamento de sexta-feira. Para novembro, o DI apontou 19,46%, ante 19,48% no pregão anterior. O DI de janeiro de 2006 ficou em 19,09% (19,12% na sexta) e o de abril terminou em 18,61% (18,65% no fechamento de sexta). Para janeiro de 2007, o contrato mais líquido, a queda foi de 66%, passando de 18,11% no último pregão para 17,99% nesta segunda-feira.

O cenário político nesta segunda-feira não foi motivo de muita preocupação, já que as revistas não trouxeram no final de semana novidades no esquema de corrupção. Os investidores, no entanto, prometem ficar de olho nos depoimentos que ocorrerão nas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) nesta semana.

"Sempre existe preocupação, mas eu acredito que somente se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva for atingido pelas denúncias de corrupção é que a economia poderá ir por água abaixo. Mas a impressão que tem é que tudo caminha para a melhora", disse Paiva.

Não há expectativa de nova alta do dólar, mas o analista da Liquidez disse que o mercado entendeu que o Banco Central não vai deixar a moeda ficar muito depreciada. Ele lembrou que quando a moeda bateu em R$ 2,26, o BC deu indicações de que poderia operar no mercado.

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