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Mercado Financeiro

Dólar emplaca a sétima alta seguida. Bovespa fecha em queda

As compras do Banco Central levaram o dólar a emplacar sua sétima alta consecutiva nesta quinta-feira, encostando no patamar dos R$ 2,30. A moeda americana fechou com valorização de 0,79%, valendo R$ 2,297 para compra e R$ 2,299 para venda. Na máxima do dia, a cotação chegou a R$ 2,303.

Depois de quatro pregões consecutivos de alta a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) sucumbiu a um movimento de realização de lucros. O Índice Bovespa fechou aos 3.193 pontos, com queda de 1,30%. O total de negócios realizado na bolsa somou R$ 1,47 bilhão.

O EMBI+ Brasil, índice que mede o risco-país brasileiro, fechou em 312 pontos centesimais nesta quinta-feira, em alta de 1 ponto. O indicador é calculado pelo banco de investimentos JP Morgan. O EMBI+ Argentina fechou em 492 pontos centesimais, em alta de 7 pontos.

Em sete dias seguidos de alta, o dólar já subiu 5,60%. Em todos esses dias o Banco Central promoveu leilões de compra de dólares nos mercados à vista e futuro. Analistas atribuem essencialmente ao BC a recente puxada da moeda americana, cuja tendência de baixa parecia quase irreversível.

As compras do BC começaram em outubro, em princípio com compras de dólares à vista. Mas a correção da rota começou quando o mercado percebeu que suas apostas na queda da cotação eram grandes demais. Um movimento de ajuste foi iniciado no último dia 7 e até agora ainda não se encerrou.

- Não há dúvida de que é o BC o responsável pelo ajuste. E o presidente da instituição (Henrique Meirelles) cumpre sua promessa de posse, quando disse que sua meta era reduzir as dívidas interna e externa em moeda estrangeira - disse João Medeiros, diretor da corretora Pioneer, uma das maiores de São Paulo.

Nesta quinta, o BC vendeu contratos de swap reverso somando US$ 563,1 milhões. A operação equivale a uma compra de dólares pelo BC no mercado futuro. A autoridade monetária também comprou dólares no mercado à vista, como tem feito diariamente desde o início de outubro.

Um dia após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o mercado futuro de juros praticamente não teve ajustes. As projeções da taxa Selic fecharam em baixa na maioria dos contratos, mantendo a tendência dos últimos dias. A decisão do Copom de reduzir a taxa Selic em 0,5 ponto percentual ficou dentro do esperado, e por isso o mercado reagiu com tranqüilidade.

O fato de dois diretores do Banco Central terem votado em um corte de 0,75 ponto na taxa leva os analistas a apostar em uma redução maior em janeiro. Além de os indicadores econômicos sugerirem que há espaço para essa maior flexibilização, os economistas acreditam que a mudança do calendário das reuniões do Copom também levam a isso. A partir de 2006, as reuniões acontecerão a cada 45 dias, e não mais mensalmente, como aconteceu até hoje.

Ações

A correção dos preços das ações já era mais que esperada, devido aos preços demasiadamente "esticados". Nos dois últimos pregões o Ibovespa teve recordes históricos de pontos. Mesmo com a queda desta quinta-feira, o índice ainda acumula alta de 4% em dezembro. No acumulado do ano, a alta é de 26,71%.

O corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros da economia ficou dentro do previsto, mas não deixou de frustrar investidores que especulavam com uma flexibilização maior. O desempenho negativo das bolsas americanas também contribuiu para a correção.

Petrobras PN, ação mais negociada da bolsa, caiu 1,49% e ajudou a derrubar o Ibovespa. Entre as 57 ações do Índice, as maiores quedas foram de Celesc PNB (-4,13%) e Cemig ON (-3,55%). As altas mais significativas do índice foram de Telesp PN (+0,88%) e Bradesco PN (+0,59%).

Juros

O Depósito Interfinanceiro (DI) de abril de 2006 fechou com taxa de 17,36% ao ano, estável. O DI de outubro teve a taxa reduzida de 16,64% para 16,57% anuais. A taxa de janeiro de 2007 recuou de 16,48% para 16,41% anuais. A taxa Selic é hoje de 18% ao ano.

Black

O dólar paralelo negociado em São Paulo fechou em alta de 0,82%, cotado a R$ 2,37 na compra e R$ 2,47 na venda. O dólar turismo terminou o dia em alta de 0,84%, a R$ 2,24 na compra e R$ 2,39 na venda.

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