Em alta por oito dias consecutivos, o dólar à vista subiu 7,35% e voltou ao seu maior patamar desde o início de setembro. A moeda americana fechou em alta de 1,65% nesta sexta-feira, cotada por R$ 2,335 na compra e R$ 2,337 na venda. No acumulado da semana, a alta foi de 3,77%.
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve uma discreta alta nesta sexta-feira, ainda dividida entre as correções de preços e o apetite do investidor por comprar mais ações. O Índice Bovespa fechou em 33.291 pontos, com valorização de 0,30%. Os negócios totais na bolsa somaram R$ 1,567 bilhão.
O EMBI+ Brasil, indicador do banco JP Morgan que mede o risco-país brasileiro, fechou em 316 pontos centesimais nesta sexta-feira, em alta de 3 pontos. O risco-país da Argentina subiu 19 pontos, para 509 pontos centesimais.
O ciclo de altas iniciado pelo dólar no dia 7 tem como principal responsável o Banco Central. Com compras agressivas nos mercados à vista e de derivativos, o BC levou os bancos a enxergar o perigo embutido em suas apostas na queda do dólar montadas no mercado futuro. Foram comprados mais de US$ 8 bilhões com a venda de contratos de "swap reverso", contrato no qual se negocia diferenciais entre juros e dólar. No mercado à vista, as compras se aproximam de US$ 10 bilhões desde outubro.
- O mercado queria uma trégua nessas compras de dólares, mas o BC está mostrando que os leilões vão continuar. Quem apostava que R$ 2,30 seria o teto do dólar teve uma surpresa - disse Hideaki Iha, da corretora Souza Barros.
Segundo Iha, o fato de o dólar ter superado com facilidade o patamar dos R$ 2,30 levou parte do mercado a iniciar operações de "stop loss" (interrupção de perdas). Para ele, é o BC quem determinará até onde vai a alta do dólar. Por enquanto, é certo que se ele se retirar da ponta compradora, a tendência do dólar é cair.
AÇÕES - Depois de uma queda de 1,30% registrada na véspera, a bolsa brasileira chegou a subir até 1,16% nesta sexta. Em nenhum momento houve baixa. O desempenho fraco das bolsas americanas, no entanto, impediu a sustentação das ações e novas correções foram feitas em alguns dos papéis. As ações do setor de telecomunicações continuaram a sofrer ajustes e caíram 0,55%, em média. Como têm peso significativo no Ibovespa, ajudaram a conter a alta do índice.
Apesar do desempenho discreto, as perspectivas para o mercado de ações permanecem positivas. A quitação antecipada da dívida de US$ 15,5 bilhões do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI) é um dos fatores positivos, uma vez que deverá acarretar valorização de ativos e queda do risco-país nacional. A aposta em queda maior nos juros em janeiro e recuperação da economia também contribuem para manter o investidor estrangeiro no mercado brasileiro.
Entre as 57 ações do Ibovespa, as maiores altas foram de Unibanco Unit (+3,41%) e Copel PNB (+3,04%). As quedas mais significativas do índice ficaram com Cesp PN (-3,76%) e Brasil Telecom PN (-2,78%). No acumulado da semana, o Ibovespa teve valorização de 1,12%.
JUROS - As projeções dos juros negociadas no mercado futuro acompanharam a alta do dólar e foram ajustadas para cima. Dois dias depois da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o mercado futuro de juros não chegou a apresentar sobressaltos. A decisão de cortar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual ficou dentro do esperado.
O Depósito Interfinanceiro (DI) de abril de 2006 fechou com taxa de 17,37% ao ano, contra 17,36% do fechamento de quinta-feira. O DI de outubro teve a taxa elevada de 16,57% para 16,62% anuais. A taxa do DI de janeiro de 2007 subiu de 16,41% para 16,46% anuais. A taxa Selic é hoje de 18% ao ano.
BLACK - O dólar paralelo negociado em São Paulo fechou em alta de 1,21% nesta sexta-feira, cotado a R$ 2,40 na compra e R$ 2,50 na venda. O dólar turismo subiu 0,42%, a R$ 2,25 e R$ 2,40 na compra e venda, respectivamente.
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