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Mercado financeiro

Dólar fecha abaixo de R$ 2,30. Bovespa tem alta de 1,09%

Com uma queda de 1,41% o dólar fechou em seu menor preço em mais de um mês. A moeda americana rompeu o piso psicológico dos R$ 2,30 e fechou valendo R$ 2,294 na compra e R$ 2,296 na venda. É o menor valor desde 10 de agosto, o que leva o mercado a ficar atento à possibilidade de compras do Banco Central. O risco-país caiu 9 pontos e fechou em 371 pontos centesimais.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) reagiu bem ao noticiário interno e fechou em alta de 1,09% nesta quinta-feira. O Índice Bovespa terminou o dia em 29.366 pontos, muito perto do pico do ano (29.455 pontos), registrado em março. Na máxima, o índice chegou a 29.561 pontos. O volume de negócios ganhou força e atingiu R$ 1,839 bilhão, com boa participação dos investidores estrangeiros.

Um dia depois da cassação de Roberto Jefferson e da redução de 0,25 ponto percentual nos juros, a novidade foi a notícia de uma operação inédita do Tesouro Nacional. Pela primeira vez o Brasil vai emitir títulos denominados em reais no mercado internacional.

A captação em reais já havia sido sinalizada pelo Tesouro, que nesta quinta concedeu mandato para o JP Morgan e o Goldman Sachs liderarem a operação. Calcula-se que a oferta inicial seja equivalente a US$ 500 milhões ou US$ 1 bilhão, para títulos de 5 ou 10 anos.

Outro destaque no dia foi a captação de US$ 600 milhões feita pela Gerdau na colocação de títulos perpétuos (sem data definida de vencimento). A demanda de US$ 3,5 bilhões impressionou o mercado. Somada à notícia da emissão do governo, a captação da Gerdau confirmou que a demanda por ativos brasileiros no exterior é significativa. Com isso, a expectativa é de novas operações no setor privado.

Para Mário Battistel, diretor de câmbio da corretora Novação, o mercado de câmbio também reagiu com alívio ao desfecho da cassação de Roberto Jefferson. Ele afirma que os investidores estavam cautelosos com a possibilidade de ele fazer denúncias graves contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que não aconteceu.

A chegada do dólar no patamar inferior a R$ 2,30 acendeu a luz amarela para o mercado. Da última vez que a cotação caiu abaixo disso, em agosto, o Banco Central promoveu uma compra de dólares no mercado à vista, trazendo a cotação de volta ao patamar dos R$ 2,30. De lá para cá, não houve mais intervenções, devido à volatilidade gerada pela crise política.

- O rompimento dos R$ 2,30 hoje levou o mercado a acompanhar de perto a tela dos computadores, à espera de aviso de compra do Banco Central - afirmou Battistel.

AÇÕES - O noticiário interno foi o grande responsável pelo bom desempenho das ações. O início do ciclo de queda dos juros e a notícia da emissão soberana brasileira em reais foram dois dos destaques. A deflação de 0,69% do IGP-10 de setembro foi outra notícia importante, porque reforça a tese da necessidade de redução dos juros.

As ações do setor siderúrgico foram o maior destaque de alta, repercutindo a expectativa de aquecimento econômico. Entre elas, os destaques foram Usiminas PNA (+5,19%), Belgo Mineira ON (+3,34%) e Vale do Rio Doce ON (+2,56%). As ações do setor elétrico também foram destaque no pregão da Bovespa, repercutindo a forte queda do dólar, que reduz suas dívidas. Em média, os papéis das "elétricas" subiram 2,57%.

Já as ações de algumas empresas exportadoras estiveram entre as maiores quedas, devido à possibilidade de queda de suas receitas, que são em dólar. Embraer ON caiu 5,09% e foi a maior queda do Ibovespa. VCP PN caiu 1,56% e Klabin PN, 1,55%. As maiores altas do Ibovespa foram de Bradespar PN (+7,45%) e Celesc PNB (+6,15%).

JUROS - As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) sofreram pequenos ajustes para cima, um dia depois da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O comitê reduziu a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, de acordo com a maioria das apostas do mercado. O destaque do dia foi o IGP-10 de setembro, que teve deflação de 0,69%, contra baixa de 0,52% de agosto.

O Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2006 fechou com taxa de 19,09% ao ano, contra 19,06% do fechamento de quarta-feira. O DI de abril teve a taxa elevada de 18,54% parar 18,64%. A taxa do DI de janeiro de 2007 subiu de 17,64% para 17,68% anuais. A taxa Selic é desde hoje de 19,50% ao ano.

PARALELO - O dólar paralelo negociado em São Paulo fechou em baixa de 0,38% nesta quinta-feira, cotado a R$ 2,60 na compra e R$ 2,61 na venda. No Rio, o paralelo ficou estável, a R$ 2,40 na compra e R$ 2,50 na venda. O dólar turismo de São Paulo caiu 0,81%, a R$ 2,29 e R$ 2,44 na compra e venda, respectivamente.

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