O dólar contrariou expectativas e fechou em alta de 0,17% nesta terça-feira, cotado a R$ 2,298 na compra e R$ 2,300 na venda. O risco-país nacional subiu 3 pontos e fechou aos 366 pontos centesimais. O sucesso da emissão soberana brasileira em reais, que atingiu R$ 3,4 bilhões, teria empurrado a cotação da moeda americana para baixo, devido à expectativa de que o setor privado pegue carona na demanda elevada. Mas o mercado trabalhou em compasso de espera de eventos que podem influenciar os preços.
Um rumor de que o Banco Central pudesse retomar esta semana os leilões de "swaps reversos" travou as cotações. No início da noite de cada terça-feira o BC avisa o mercado se fará o leilão, o que não ocorre desde março. Na prática, o leilão de swap reverso equivale a uma compra de dólares pelo BC no mercado de derivativos.
A reunião do Federal Reserve foi outro motivo de cautela do mercado. O Fed confirmou as previsões e elevou em 0,25 ponto percentual os juros básicos americanos, o que em tese torna os títulos americanos mais atrativos e favorece a migração de recursos para os Estados Unidos. A sinalização de que o aperto monetário americano irá continuar alterou o ritmo das bolsas e dos títulos locais, com reflexos também no Brasil.
As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em baixa, depois de uma leve elevação nos negócios da manhã. Os destaques do dia ficaram com os índices de inflação, que mostram os primeiros efeitos do reajuste de combustíveis.
O IPC-Fipe interrompeu três semanas seguidas de deflação e teve leve alta de 0,03% na segunda quadrissemana de setembro. O IGP-M teve deflação de 0,54%, mas já mostrou maior pressão de combustíveis.
O Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2006 fechou com taxa de 19,07% ao ano, contra 19,08% do fechamento de segunda-feira. O DI de outubro do ano que vem teve a taxa elevada de 17,98% para 17,96% anuais. A taxa do DI de janeiro de 2007, o mais negociado, recuou de 17,69% para 17,65% anuais.