Depois de uma animada trégua no início da semana, reflexo do discurso tranqüilizador do ministro Antonio Palocci, o dólar voltou a ser pressionado e fechou em alta de 1% nesta terça-feira, cotado a R$ 2,407 na compra e R$ 2,409 na venda. O risco-país brasileiro (EMBI+ Brasil), que mede a confiança dos investidores, fechou em alta de 1,72%, aos 415 pontos centesimais.

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A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) "devolveu" nesta terça-feira boa parte dos ganhos obtidos na véspera. A bolsa paulista terminou o dia em queda de 1,80%, com o Índice Bovespa em 26.769 pontos. Os negócios somaram R$ 1,581 bilhão.

O cenário político voltou a dar o tom dos negócios com ações, um dia depois da trégua concedida em favor de Antônio Palocci, que se explicou quanto às denúncias de propina feitas por Rogério Buratti. Mas Buratti vai depor nesta semana na CPI dos Correios, o que traz grande expectativa entre os investidores. À tarde, notícias de que ele estaria desaparecido ajudou a piorar o quadro.

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- Fica muito difícil operar em meio a essa crise. Apesar de a economia estar positiva e de os resultados das empresas estarem satisfatórios, temos de trabalhar com uma variável sem controle - disse Fábio Cardoso, do Banco Prosper.

Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, as maiores baixas foram de Tele Leste Celular PN (-6,04%) e Siderúrgica Tubarão PN (-5,15%). As altas mais significativas do índice foram de Tim Participações ON (+3,11%) e Klabin PN (+1,01%).

CÂMBIO - O cenário político foi determinante para a desvalorização do real, embora o cenário externo já justificasse um desempenho mais cauteloso. A volatilidade dos preços do petróleo afetou as bolsas asiáticas, européias e americanas.

O depoimento do ex-deputado Valdemar Costa Neto, presidente do PL, foi o principal evento do dia. Na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Mensalão, ele negou a existência dos pagamentos mensais a parlamentares. Por outro lado, disse que o segundo turno da campanha petista à Presidência da República foi pago com recursos não-contabilizados (caixa 2).

Na quarta-feira tem mais: o advogado Rogério Buratti deve depor na CPI dos Correios. Foi ele quem gerou forte estresse nos mercados na sexta-feira, ao acusar o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, de receber propina na época em que era prefeito de Ribeirão Preto.

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- O mercado trabalhou o tempo todo atento ao noticiário em torno da questão dos depoimentos. A situação deve se repetir na quarta-feira, quando é esperado o depoimento de Rogério Buratti - disse Mário Battistel, diretor de câmbio da Corretora Novação.

JUROS - As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em alta nos vencimentos mais longos, acompanhando a piora dos demais mercados. Nos vencimentos mais curtos, as taxas foram mantidas estáveis, assim como a aposta de corte de juros a partir de setembro.

O Depósito Interfinanceiro (DI) de outubro fechou com taxa de 19,63% ao ano, a mesma do fechamento de segunda-feira. O DI de janeiro de 2006 ficou com taxa de 19,23%, também estável. Já a taxa do vencimento de janeiro de 2007 subiu de 18,19% para 18,32% anuais. A taxa Selic é hoje de 19,75% ao ano.

PARALELO - O dólar paralelo negociado em São Paulo fechou em baixa de 0,37%, cotado a R$ 2,56 na compra e R$ 2,65 na venda. No Rio, o "black" subiu 0,79%, a R$ 2,40 na compra e R$ 2,55 na venda. O dólar turismo de São Paulo terminou o dia em queda de 1,16%, a R$ 2,36 e R$ 2,55 na compra e venda, respectivamente.