O cenário externo pressionou o mercado brasileiro nesta quinta-feira pós-feriado e o dólar fechou em alta de 1,12%, cotado a R$ 2,257 na compra e R$ 2,259 na venda. Mesmo em meio à alta, o Banco Central promoveu mais um leilão e comprou dólares diretamente dos bancos, por R$ 2,260. O volume de compra foi estimado em US$ 150 milhões.

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O movimento internacional de realocação de carteiras impôs pesadas perdas à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Depois de chegar a cair 4,1%, a bolsa fechou em baixa de 2,39%, com 29.880 pontos, e volume financeiro de R$ 3,108 bilhões.

No final dos negócios, as ações que mais caíram foram Brasil Telecom Participações ON, com recuo de 5,23% (R$ 29,50), seguida dos papéis PN da Klabin que declinaram 5,16% (R$ 4,04) e das ações preferenciais da Sadia, que fecharam com queda de 4,95% (R$ 5,56).

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As maiores altas foram as ON da Contax, que avançaram 6,97% (R$ 2,30), seguidas de TIM Participações ON, com valorização de 3,37% (R$ 5,20) e as preferenciais da Contax, que terminaram com ganho de 3,22% (R$ 1,60).

Dólar

A pressão sobre o câmbio foi reflexo da disparada dos juros dos títulos do Tesouro americano, os "treasuries", devido à estimativa de aumento maior dos juros nos Estados Unidos. As atenções se voltam à sexta-feira, quando será divulgada a inflação ao consumidor, importante indicador para a definição dos juros nos Estados Unidos.

Em discurso na quarta-feira - quando o mercado brasileiro não operou - o presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan, sinalizou que os aumentos dos juros continuarão a acontecer. No entanto, não demonstrou necessidade de aumento no ritmo de altas. Na máxima do dia, o dólar chegou a subir mais de 2%. O Banco Central convocou leilão de compra somente à tarde.

- O BC comprou recursos em um dia de alta do dólar e pagou ligeiramente acima do preço praticado no mercado. É possível perceber que o BC tem por objetivo puxar o dólar para um patamar mais alto, e não apenas recompor reservas - disse Hideaki Iha, da corretora Souza Barros.

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Segundo o operador, o fluxo cambial foi positivo durante todo o dia, com os exportadores aproveitando a cotação mais atrativa. A ação do BC teria sido justificada pela quantidade significativa de recursos que ingressavam no mercado.

Bovespa

A queda dos preços no mercado ocorreu em um movimento de aversão ao risco, no qual o capital externo migra de economias emergentes - mais lucrativas - para economias mais seguras, que são menos rentáveis. Os títulos americanos são considerados os mais seguros do mundo. Se confirmado o aumento no ritmo de aumento de juros nos Estados Unidos, os papéis americanos ficam mais atrativos.

Juros

As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em alta, acompanhando a deterioração do cenário em geral. Entre os destaques do dia esteve a aceleração da inflação medida pelo IPC-Fipe. A taxa subiu de 0,44% para 0,59% na primeira quadrissemana de outubro.

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O Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2006 fechou com taxa de 18,91% ao ano, contra 18,89% do fechamento de terça-feira. O DI de abril teve a taxa elevada de 18,43% para 18,47% anuais. A taxa DI de janeiro de 2007 subiu de 17,69% para 17,86% anuais. A taxa Selic está hoje em 19,50% ao ano e o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne na próxima semana para decidir sobre o percentual da taxa.

Paralelo

O dólar paralelo fechou estável nesta quinta-feira, cotado a R$ 2,43 na compra e R$ 2,53 na venda. O dólar turismo terminou o dia em baixa de 0,42%, a R$ 2,23 e R$ 2,35 na compra e venda, respectivamente.