Um conjunto de fatores levou o dólar a uma forte queda nesta última segunda-feira do ano. A moeda americana caiu 1,39%, ao preço de R$ 2,200 na compra e R$ 2,202 na venda. O Banco Central fez duas intervenções, mas não teve poder de fogo para conter a queda da cotação.
Uma forte realização de lucros atingiu a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta segunda-feira. Depois de atingir inéditos 32.350 pontos (+1,35%), o Índice Bovespa perdeu fôlego, acompanhou as quedas das bolsas americanas e acabou fechando aos 31.357 pontos, com queda de 1,76%. O total de negócios na bolsa somou R$ 1,557 bilhão, volume inferior à média das últimas semanas.
O EMBI+ Brasil, indicador que mede o risco-país brasileiro, fechou aos 345 pontos nesta segunda-feira, segundo dados do banco JP Morgan. A alta no dia é de 4 pontos. O risco-país da Argentina fechou em 365 pontos centesimais, com alta de 10 pontos.
Segundo Gustavo Barbeito, do Banco Prosper, não houve notícia que justificasse uma grande preocupação, ao ponto de derrubar a Bovespa em quase 2%. Apesar de algumas notícias negativas nos Estados Unidos, ele também não viu motivo para a queda dos índices de ações locais.
- Os dados de vendas divulgados hoje ficaram abaixo do esperado, mas não são os mais importantes da semana. A partir de amanhã, virão dados econômicos americanos bem mais importantes - disse Barbeito, se referindo aos dados de confiança do consumidor, Livro Bege e números do mercado de trabalho, entre outros. Ele ressalta que esses são alguns dos últimos indicadores importantes do ano.
Pela manhã, a Bovespa subiu animada pelo cenário interno positivo, com notícias como a do superávit primário recorde no mês de outubro. A expectativa de fim dos desentendimentos entre os ministros Antonio Palocci (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa Civil) também ajudou a manter a manhã em clima positivo. A tese da realização de lucros leva em conta não apenas a chegada da Bovespa a patamares recordes, mas também as sete altas consecutivas até o dia 24.
Entre as ações do Índice Bovespa, as maiores quedas foram de Braskem PNA (-4,68%) e Petrobras ON (-4,33%). As altas mais significativas do índice são de Contax ON (+2,58%) e Tim Participações PN (+2,42%).
DÓLAR - O dólar já abriu em queda, mesmo com o anúncio de que o Banco Central faria mais um leilão de contratos de "swap" reverso. Foram vendidos todos os 10.500 contratos ofertados, que somaram US$ 502,5 milhões. Esse foi o terceiro leilão de reversos que o BC promove desde a retomada desse tipo de operação, mas foi o primeiro em que o dólar não subiu.
- Não se pode atribuir a alta do dólar a um único fator. Diria que o fluxo cambial positivo e a aposta em que este foi o último leilão de novembro ajudaram a derrubar a cotação - disse um operador de um grande banco.
A quase certeza de que não haverá leilão de "swap" porque o BC evita interferir na Ptax do último dia do mês, quando são definidos os preços para liquidação de contratos do mercado futuro. Por conta disso, investidores estrangeiros aproveitaram para fazer operações de arbitragem entre dólar e juros, ganhando com o diferencial de taxas. É uma operação puramente especulativa, que não leva em conta fatores conjunturais ou econômicos.
Mas o fluxo cambial também ficou positivo, ajudando a derrubar o dólar. Estima-se que uma empresa do setor elétrico começou a trazer parte dos US$ 300 milhões que tem no exterior para o Brasil. Além disso, o resultado da balança comercial indicou que o fluxo de recursos para o país tende a se manter positivo no final do ano. O superávit comercial na quarta semana de novembro ficou em US$ 925 milhões, uma quantia considerada excelente para esta época do ano.
JurosAs projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam perto da estabilidade. Pela manhã, o destaque foi o Boletim Focus, que mostrou que o mercado voltou a elevar a projeção de inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A projeção do índice para este ano subiu de 5,53% para 5,59%. Já para o ano que vem, o mercado manteve em 4,55% a expectativa para o IPCA.
O Depósito Interfinanceiro (DI) de abril de 2006 fechou com taxa de 17,58% ao ano, contra 17,60% do fechamento de sexta-feira. O DI de outubro teve taxa de 17,03% ao ano, frente aos 17,04% anteriores. A taxa do DI de janeiro de 2007 ficou estável, em 16,94% anuais.
Nesta semana, um dos destaques para o mercado futuro de juros é a divulgação (quinta-feira), da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Na semana passada, o Copom reduziu a taxa básica da economia (Selic), de 19% para 18,50% ao ano.
ParaleloO dólar paralelo negociado em São Paulo fechou estável nesta segunda-feira, cotado a R$ 2,35 na compra e R$ 2,45 na venda. O dólar turismo subiu 0,43% e terminou o dia a R$ 2,219 na compra e R$ 2,34 na venda.
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