Os sinais de ingresso de recursos externos ao Brasil voltam a derrubar o dólar nesta segunda-feira. A moeda americana fechou a manhã em baixa de 0,39%, cotada por R$ 2,254 na compra e R$ 2,256 na venda. Comparado com números de fechamento, é o menor valor desde maio de 2001. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve uma ligeira realização de lucros e encerrou a manhã em baixa de 0,19%, com 31.234 pontos.
O símbolo do fluxo cambial positivo nesta manhã foi o superávit comercial de US$ 858 milhões na quarta semana de setembro, mês que deverá terminar com saldo positivo superior a US$ 4 bilhões. No acumulado do ano, o superávit da balança comercial está em US$ 31,9 bilhões.
- Com a balança comercial indo tão bem e as empresas captando recursos, não há outra tendência para o dólar a não ser a de novas baixas - disse João Medeiros, diretor da corretora Pioneer.
Medeiros ressalta que nesta segunda-feira a valorização do real interessa especialmente ao Tesouro Nacional, já que é nesta data que será registrado o valor de referência dos títulos emitidos em reais. Com isso, interessa ao Tesouro uma posterior valorização do real, que gerará menor desembolso na hora do resgate.
- Há duas alternativas para impedir a depreciação do dólar. Uma delas é o governo criar algum mecanismo novo com esse objetivo. O outro é deixar que o mercado se auto-regule, porque haverá um tempo em que as exportações ficarão inviabilizadas - disse Medeiros.
Um dos destaques da manhã foi o boletim Focus, do Banco Central. Pela segunda semana seguida o mercado manteve inalterada a projeção de inflação para 2005, em 5,21%. Mas o destaque ficou por conta da projeção do IPCA para 2006, que ficou em 4,64%, contra 4,80%.
- A projeção de inflação para 2006 já está muito próxima da meta (4,5%), o que é muito positivo. Já se pode ver um alívio nas taxas - afirmou um profissional de um banco estrangeiro.
Na Bovespa, as maiores baixas são de Eletropaulo PN (-4,26%) e Tim Participações PN (-3,28%). As altas mais significativas do índice são de Eletrobrás PNB e ON, que avançam 4,01% e 3,23%, respectivamente. No mercado futuro de juros, as taxas se ajustaram levemente para baixo, depois do boletim Focus e da baixa do dólar.
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