O dólar à vista teve nesta sexta-feira sua quinta queda consecutiva, gerada principalmente pelo ingresso de recursos externos ao país. A moeda americana caiu 0,45% e fechou cotada por R$ 2,210 na compra e R$ 2,212 na venda. É o menor valor desde 29 de setembro (também R$ 2,212 na venda). Com esse resultado, a queda acumulada na semana foi de R$ 2,30. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) tinha baixa de 1,34% por volta das 17 horas, com 30.684 pontos.
A volatilidade deu o tom dos negócios, já que o dólar alternou altas e baixas várias vezes. Pela manhã a cotação operou em alta, em um ajuste à forte queda da véspera e mostrando cautela do investidor diante das denúncias do cenário político.
O principal evento do dia foram os dados sobre o mercado americano, responsáveis pela primeira virada do dólar no dia. A criação de menos postos de trabalho que o esperado sugeriu que o Federal Reserve não irá aumentar o ritmo de aumento dos juros. Por outro lado, o aumento dos salários pagos aos trabalhadores sugeriu que a economia americana está aquecida e que há risco de inflação.
- Os números foram ambíguos e os analistas não ficaram muito convencidos se a leitura deve ser positiva ou negativa. Por isso o mercado de títulos americanos teve tanta volatilidade e contaminou os negócios por aqui - disse um operador de um banco estrangeiro.
À tarde, quando a cotação já operava em alta, o Banco Central convocou leilão e comprou recursos dos bancos por R$ 2,222 (estável no dia). A cotação recuou ainda mais depois do leilão. Segundo operadores, a taxa de corte ficou abaixo do esperado, o que levou os bancos a vender no mercado os dólares excedentes.
As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam com leve baixa, apesar da aceleração da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe. A taxa subiu de 0,44% para 0,63% entre setembro e outubro. Por outro lado, o dólar teve mais um dia de baixa.
O Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2006 fechou com taxa de 18,49% ao ano, contra 18,51% do fechamento de quinta-feira. O DI de julho do ano que vem teve a taxa reduzida de 17,66% para 17,63% anuais. Já a taxa do DI de janeiro de 2007 ficou estável, em 17,34% anuais. A taxa Selic é hoje de 19% ao ano.