Os leilões de compra do Banco Central e as especulações sobre a permanência de Antonio Palocci no Ministério da Fazenda pressionaram o dólar por toda esta terça-feira. A moeda americana fechou com alta de 1,04%, cotada por R$ 2,243 na compra e R$ 2,245 na venda. Na máxima do dia, chegou a subir mais de 2%.
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve dois momentos bastante distintos nesta terça-feira. Depois de ter caído até 2,05%, o Índice Bovespa fechou em alta de 1,22%, aos 31.489 pontos. O total de negócios somou R$ 2,044 bilhão.
O EMBI+ Brasil, indicador do banco JP Morgan que mede o risco-país brasileiro, fechou em 346 pontos centesimais nesta terça-feira, em queda de 1 ponto. O risco-país da Argentina fechou aos 359 pontos, com baixa de 4.
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, foi a principal variável do dia. Pela manhã, o clima foi tenso com as notícias garantindo que ele já estaria demissionário. As especulações sobre substitutos voltaram a ganhar força, sobretudo em torno do deputado Aloizio Mercadante, um crítico da política de Palocci.
Palocci passou o dia na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara. Ao contrário das especulações, discursou como ministro e disse que sua permanência no governo é questão a ser resolvida pelo presidente Lula. O presidente, por sua vez, afirmou que Palocci continua firme no cargo.
- Os sinais de que a possibilidade de demissão está pelo menos temporariamente afastada foram aos poucos melhorando o clima no mercado. Diante disso, os investidores estrangeiros voltaram a comprar ações brasileiras, puxando o mercado para a alta - disse Tommy Taterka, trader da corretora Concórdia.
Entre os destaques do dia estiveram as ações da Petrobras, que acompanharam tendência internacional. Petrobras PN e ON fecharam com ganhos de 3,51% e 3,74%, respectivamente. Entre as ações do Índice Bovespa, as maiores altas do dia foram de Contax ON (+6,70%) e Tele Leste Celular PN (+5,49%). As quedas mais significativas do índice foram de Belgo Mineira ON (-4,05%) e Cemig PN (-3,16%).
CâmbioO principal fator de pressão sobre o dólar foi o leilão de contratos de "swap" reverso do Banco Central. O BC vendeu 10.500 contratos, que corresponderam a US$ 501,5 milhões. Essa operação, equivale a uma compra de dólares no mercado futuro, e por isso pressiona também o dólar à vista.
Passado o resultado do leilão de "swaps", o BC anunciou mais uma compra de dólares no mercado à vista. Adquiriu os recursos dos bancos por R$ 2,25. A partir de então, o dólar reduziu o ritmo de alta. Contribuiu para isso o fato de Palocci ter dito que sua permanência no governo era uma questão a ser feita ao presidente Lula.
- Operar com política é muito incerto. Apesar da pressão gerada pelo leilão de "swap", a questão política foi o diferencial do dia - comentou um operador de um banco estrangeiro.
Juro FuturoAs projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) inverteram a tendência de alta e fecharam com leve baixa neste primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A expectativa do mercado é de que o Copom promova um corte de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, hoje de 19% ao ano.
O Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2006 fechou com taxa de janeiro de 2006 fechou com taxa de 18,20% ao ano, contra 18,22% do fechamento de segunda-feira. O DI de outubro do próximo ano teve taxa de 17,06%, frente aos 17,09% anteriores. A taxa do DI de janeiro de 2007 caiu de 17,01% para 17% anuais.
BlackO dólar paralelo fecha estável nesta terça-feira, cotado a R$ 2,37 na compra e R$ 2,47 na venda. O dólar turismo terminou o dia em baixa de 0,43%, a R$ 2,17 na compra e R$ 2,32 na venda.
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