A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 1,12% nesta sexta-feira, contaminada pelas especulações do cenário político e pelo mau humor das bolsas americanas. O Índice Bovespa terminou o dia em 27.094 pontos e o total de negócios na bolsa somou R$ 1,204 bilhão. Apesar da volatilidade, no acumulado da semana a bolsa paulista subiu 1,69%. O mercado de câmbio teve mais um dia de baixo volume de negócios, em meio à especulação com o cenário político e a volatilidade. O dólar alternou tendências e fechou com alta de 0,20%, a R$ 2,401 na compra e R$ 2,403 na venda.

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A volatilidade de agosto é forte. No acumulado da semana, o dólar caiu 1,92%. Mas desde o último dia 10, quando atingiu o piso no ano (R$ 2,28), há valorização de 5,39%.

Depois de uma quinta-feira de números bastante positivos, já era esperada uma sexta-feira mais cautelosa, devido à proximidade do fim-de-semana. E a boataria e a especulação não tardaram a chegar às mesas de negociação, tentando antecipar possíveis denúncias das revistas semanais.

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- O mercado teve notícias para repercutir, como o discurso de Alan Greenspan (presidente do Federal Reserve). Mas o que mais pesou foi mesmo a boataria - disse Hideaki Iha, analista da corretora Souza Barros.

Segundo Iha, o mercado quase se acostumou ao clima de especulação. De acordo com ele, a primeira reação aos boatos é sempre bem negativa, mas a tendência é sempre o arrefecimento. Antes de fechar em alta de 0,20% nesta sexta-feira, o dólar já havia subido até 1,42%.

Para a próxima semana, ele lembra que o fechamento do mês poderá movimentar mais o mercado de câmbio. É que o vencimento do mercado futuro de câmbio tem influência sobre os negócios no mercado à vista. Com maioria de investidores "vendidos" (que apostam na baixa), é possível que a moeda recue.

O risco-país brasileiro acompanhou o cenário negativo e fechou aos 416 pontos centesimais, com alta de 5 pontos.

JUROS - As projeções dos juros negociadas no mercado futuro fecharam em leve alta, seguindo a piora dos demais mercados. Nos negócios na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), todos os vencimentos do Depósito Interfinanceiro (DI) tiveram aumento de taxa, apesar da deflação de 0,04% registrada pelo IPC-Fipe.

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O DI de outubro fechou com taxa de 19,60% ao ano, contra 19,59% do fechamento de quinta-feira. O DI de janeiro de 2006 teve a taxa elevada de 18,64% para 18,65%. Já a taxa do vencimento de janeiro de 2007, o mais negociado, subiu de 18,04% para 18,11% anuais.

PARALELO - O dólar paralelo negociado em São Paulo fechou em alta de 0,75% nesta sexta-feira, cotado a R$ 2,56 na compra e R$ 2,66 na venda. No Rio, o paralelo fechou estável, a R$ 2,45 na compra e R$ 2,58 na venda. O dólar turismo de São Paulo subiu 0,78% e terminou o dia a R$ 2,36 e R$ 2,56 na compra e venda, respectivamente.

AÇÕES - O cenário econômico teve boas notícias, mas que não tiveram força para superar o receio de um agravamento da crise política. Passado o alívio com o depoimento do advogado Rogério Buratti, o mercado voltou a especular sobre a possibilidade de surgimento de provas que comprometeriam o ministro da Fazenda, Antônio Palocci.

Um dos destaques do dia foram os números das contas públicas. O superávit primário (receita menos despesas, excluindo os gastos com juros) da União em julho cresceu 32,9% sobre o mesmo mês em 2004 e atingiu R$ 8,796 bilhões. O resultado é o melhor para meses de julho desde o início da série histórica elaborada pelo Banco Central, em 1991.

Por outro lado, o mercado americano não reagiu bem à queda da confiança do consumidor e aos alertas do presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan. O presidente do Fed alertou para a redução da liquidez dos mercados.

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Na carteira teórica do Índice Bovespa, os destaques de queda ficaram com Tele Centro Oeste PN (-4,04%) e Tim Participações ON (-3,26%). As maiores altas ficaram com Bradespar PN (+3,02%) e Telemig Participações PN (+1,63%).