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A empresária Eliana Tranchesi, dona da loja Daslu e acusada pelo Ministério Público Federal por formação de quadrilha, descaminho (contrabando) e falsidade ideológica, pode pegar 21 anos de prisão. Essa é a soma das penas mínimas dos crimes pelos quais é acusada - seis descaminhos consumados, três tentados e nove falsidades ideológicas, além de formação de quadrilha ou bando (as penas serão somadas).

A denúncia contra Eliana e seu irmão, Antônio Carlos Piva de Albuquerque (diretor financeiro da Daslu), foi oferecida à Justiça Federal na noite de quarta-feira pelos procuradores da República Matheus Magnani e Jefferson Dias, ambos de Guarulhos.

Também foram acusados cinco donos de importadoras usadas no esquema fraudulento da boutique de Eliana Albuquerque - Celso de Lima, André de Moura Beukers, Roberto Sakhouri Júnior, Rodrigo Nardy Figueiredo e Christian Polo. A pena desses empresários pode variar de 2 a 14 anos. Outros importadores podem ser denunciados nos próximos dias.

Entre as provas apreendidas e apresentadas à Justiça está uma carta assinada por Celso de Lima e dirigida a Antônio Carlos, em que consta uma planilha de proposta de subfaturamento de mercadorias.

A investigação contra a Daslu começou no início do ano quando foi localizada no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, mercadorias com notas fiscais subfaturadas. Pelo esquema montado, a Daslu comprava produtos diretamente de fornecedores no exterior e usava diversas importadoras no Brasil para obter notas fiscais com valores menores. Assim, a loja declarava à Receita Federal ter pago valores bem abaixo às importadoras, que atuavam apenas como 'laranjas'.

A empresária Eliana Tranchesi e seu irmão podem ainda ser denunciados por crimes contra a ordem tributária e evasão de divisas. Os processos por crimes contra ordem tributária podem, no entanto, ser extintos caso as dívidas sejam quitadas.

Para o procurador Matheus Magnani, a denúncia oferecida na quarta-feira contra os sócios da Daslu e os importadores está muito bem embasada, já que apresenta muitas provas materiais, como notas fiscais usadas no subfaturamento de mercadorias.

- Ainda há um testemunho de uma funcionária da empresa, que prefere não ser identificada, confirmando que a Daslu negociava diretamente a compra de mercadorias com grifes internacionais - afirmou.

Segundo Magnani, o subfaturamento de algumas mercadorias, como um vaso importado de um país da Ásia, registrou uma diferença de 9.374% entre o preço real e o que constava das notas fiscais.

- No caso, o valor do vaso era de cerca US$ 79, mas foi declarado como se custasse US$ 0,68 - afirma Magnani.

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