Avaliar o nível de satisfação é mais palpável do que mensurar o grau de felicidade. Prefiro pensar em satisfação ao invés de refletir a felicidade. A felicidade nos parece distante, intangível enquanto a satisfação se faz mais real, tangível. Todos lembram com facilidade de um momento em que teve alto grau de satisfação na última semana, mas nem sempre isso acontece com a felicidade que aparenta ser mais volátil e etérea.
Pesquisas demonstram que o grau de satisfação aumenta a cada vez em que há um esforço ou tentativa na direção da superação. Ou seja, é o movimento para a meta que gera satisfação e não necessariamente o resultado. O que importa e faz sentido é o esforço.
Satisfação, qualidade de vida, bem estar e felicidade são estados iguais ou próximos. Ou ainda paz, tranqüilidade e harmonia. Mas realmente o que a memória registra e é significativo é a emoção intensa, quase sublime, em certos momentos da vida em que a busca, a tentativa, o esforço - e espera-se que sejam muitos e freqüentes senão... será que vale a pena?
Repensar o estado de satisfação é recuperar o propósito de vida. Você lembra do seu? O propósito ou a missão da vida é algo que ultrapassa e vai muito além de aspectos materiais. Definir ou relembrar a missão tem a ver com aquele dia do futuro distante quando, já idoso, se olha para trás e se avalia com dignidade: "Sim, afinal valeu a pena!" Curiosamente a cada vez que nos afastamos do caminho em direção à missão, o nível de satisfação se reduz e, na maioria das vezes, não se sabe porquê. A base, o fundamento, o eixo da razão da existência é a missão. É ela quem confere um significado mais rico e amplo ao modo de viver de cada um. É ela quem sustenta e amplia a dimensão do ato de viver. Pois é claro que não estaríamos aqui apenas para ganhar dinheiro, ter um emprego ou viver por viver pautados em acordar, comer e dormir. Não poderíamos ignorar ou menosprezar a tal modo nossa inteligência ou consciência crítica. O lado fantástico e surpreendente da vida é o inesperado dessa missão que gratifica e encanta. Caminhar em direção a ela gera algo muito mais consistente e sublime do que o mero prazer momentâneo.
Maria Christina de Andrade Vieira, empresária e escritora, autora de Herança (Ed.Senac-SP), Cotidiano e Ética: crônicas da vida empresarial (ed. Senac-SP).chris@onda.com.brwww.andradevieira.com.br
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