A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) deu continuidade ao seu movimento de recuperação e fechou em alta pelo terceiro dia consecutivo. O Índice Bovespa terminou o dia com ganhos de 1,11%, aos 30.614 pontos. Os negócios somaram R$ 1,896 bilhão. A véspera do feriado de Nossa Senhora de Aparecida foi calma no mercado de câmbio, onde o dólar fechou em baixa de 0,18%, cotado a R$ 2,232 na compra e R$ 2,234 na venda. O Banco Central comprou cerca de US$ 100 milhões em leilão, o que ajudou a limitar a baixa da moeda americana.
O risco-país, medido pelo J.P. Morgan, caiu 10 pontos nesta terça-feira, para 374 pontos centesimais. Na máxima, o EMBI+ brasileiro chegou a 386 pontos e na mínima a 370 pontos. Na Argentina, o risco fechou em queda de 13 pontos, para 373 pontos-base.
Mesmo com três altas seguidas, o Ibovespa ainda não recuperou as fortes perdas registradas na semana passada. Antes de iniciar uma forte correção, há exatamente uma semana, o índice chegou a ultrapassar os inéditos 32 mil pontos. A correção foi gerada pelo temor de uma fuga de recursos, gerada pela possibilidade de alta além do esperado nos juros americanos.
- A ata do Federal Reserve confirmou o cenário negativo, mas o mercado já estava preparado para ela. Além disso, houve a contrapartida da Fitch - disse um profissional do mercado, se referindo à decisão da agência classificadora de risco de colocar em perspectiva positiva o "rating" brasileiro.
Entre os destaques do dia estiveram as ações da Vale do Rio Doce PNA, que subiram 1,20% com a concessão do grau de "investment grade" concedido pela Standard & Poor's. As ações do setor elétrico subiram 1,91%, em média, animadas pelo leilão de energia já existente. Entre as ações que compõem o Índice Bovespa, as maiores altas do dia foram de Copel PNB (+5,92%) e Comgás PNA (+5,38%). As maiores quedas do índice foram de Sadia PN (-5,64%) e Telesp Celular Participações PN (-5,23%).
O mercado teve dois destaques no período da tarde, que acabaram por limitar os efeitos um do outro. O evento mais esperado do dia foi a divulgação da ata da reunião do Federal Reserve, o banco central americano. O documento confirmou a suspeita de que os aumentos de juros vão continuar nos Estados Unidos, como forma de conter pressões inflacionárias.
- A ata não veio positiva, mas a verdade é que o mercado já estava preparado para algo assim. Depois da volatilidade da semana passada, acho que a ata já estava embutida no preço dos ativos - disse um profissional de um banco estrangeiro.
Se a ata foi considerada negativa, o mercado gostou da notícia de que a agência de classificação de risco Fitch elevou a perspectiva de rating do Brasil de "neutra" para "positiva". Na prática, isso significa que a agência vê o Brasil com bons olhos e admite que pode elevar a classificação de risco do país.
JUROS - As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em baixa nesta terça-feira, acompanhando o bom desempenho dos mercados. O Depósito Interfinanceiro (DI) de novembro fechou com taxa de 19,23% ao ano, contra 19,25% do fechamento de segunda-feira. O DI de janeiro de 2006 teve a taxa reduzida de 18,92% para 18,89% anuais. A taxa do DI de janeiro de 2007 recuou de 17,72% para 17,69% anuais.
PARALELO - O dólar paralelo fechou estável, cotado a R$ 2,43 na compra e R$ 2,53 na venda. O dólar turismo subiu 0,43%, cotado a R$ 2,21 na compra e R$ 2,36% na venda.