O mercado de câmbio evitou oscilações mais bruscas nesta quarta-feira de agenda cheia no cenário doméstico. O dólar operou em alta na maior parte do dia, mas fechou quase estável (alta de 0,04%), cotado a R$ 2,327 na compra e R$ 2,329 na venda. O risco-país terminou o dia em 382 pontos centesimais, com baixa de 6 pontos.
Segundo informações das mesas dos bancos, a pressão sobre o dólar teve influência mais externa que interna. A alta dos juros dos títulos americanos teria incentivado a valorização da cotação, com o aumento da atratividade dos papéis. Mas o cenário interno foi a principal atração do dia.
A espera pela reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) impôs cautela ao mercado, assim como o monitoramento dos desdobramentos da crise política. Entre os destaques do dia esteve a apresentação de um cheque que complicou a situação do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti. A votação da cassação do deputado Roberto Jefferson foi outro foco de atenção.
- A expectativa de ingresso de recursos externos reduziu a pressão. Notícias de novas captações privadas e rumores sobre emissão soberana do país ajudaram o dólar a fechar estável - disse o gerente de mesa de câmbio de um grande banco.
O mercado futuro de juros trabalhou em clima de expectativa e apenas fez ajustes para aguardar a definição sobre os juros básicos da economia. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), as apostas continuaram a apontar uma queda de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, que passaria a 19,50% ao ano. Para o câmbio, os efeitos desse corte seriam praticamente nulos.
Os vencimentos mais longos do Depósito Interfinanceiro (DI) fecharam em alta, com ajustes de última hora dos investidores. Nos vencimentos mais curtos, o dia foi de estabilidade. De acordo com a média de apostas, a Selic cairia 0,21 ponto percentual.
- Houve praticamente um consenso de que haverá queda de 0,25 ponto na taxa Selic. Quem acreditava em um corte maior acabou por fazer ajustes - afirmou José Ranieri, diretor de juros na Corretora Liquidez.
O Depósito Interfinanceiro (DI) de outubro fechou com taxa de 19,50% ao ano, contra 19,51% do fechamento de terça-feira. O DI de janeiro de 2006 teve a taxa levemente elevada de 19,05% para 19,06%. A taxa do DI de janeiro de 2007 subiu de 17,53% para 17,64% anuais.