ONGs e movimentos favoráveis ao desarmamento costumam tentar demonstrar, com números, que a indústria de armas e munições seria insignificante perto do conjunto da economia nacional. De fato, ela é muito pouco expressiva. O IBGE mostra que a receita líquida obtida por esse segmento em 2003 correspondeu a 0,01% dos US$ 54,2 bilhões faturados somente pela indústria de máquinas e equipamentos.

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Os impostos recolhidos pelas companhias de armas também não impressionam. Vêm caindo desde 2002 e, nos primeiros oito meses deste ano, somaram R$ 15,7 milhões – a indústria do fumo, outra que vem enfrentando uma oposição forte, pagou R$ 1,5 bilhão nesse período somente em Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

No quesito empregos, a comparação é semelhante. Dos 385 mil funcionários da indústria de máquinas e equipamentos, somente 6,2 mil trabalham nas nove empresas ligadas à fabricação de armas e munições. As estimativas variam, mas calcula-se que algo entre 20 mil e 50 mil empregos indiretos também estarão ameaçados em caso de proibição da venda de armas.

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Mas o movimento pró-armas lembra que essa questão não se resume a números. Interfere diretamente na vida de trabalhadores – não importa quantos – que temem o possível fechamento das indústrias, especialmente as maiores e mais tradicionais, como a CBC – que tem plantas em Ribeirão Pires (SP) e Montenegro (RS) – e a Taurus, instalada em Porto Alegre (RS).

De acordo com a assessoria da Frente Parlamentar pelo Direito da Legítima Defesa, "aproximadamente 30 mil seres humanos serão prejudicados, na soma dos empregados diretos e indiretos e seus familiares". Além disso, "haverá um impacto sócio-econômico, afetando, por exemplo, o comércio das cidades que hoje hospedam as indústrias", alega a frente pró-armas. (FJ)