As empresas de Tecnologia da Informação (TI) do Paraná se destacam na área de treinamento de funcionários, segundo o ranking das Melhores Empresas para Trabalhar em TI & Telecom, divulgado na semana passada pelo instituto Great Place To Work (GPTW) em parceria com a revista Computerworld. Das 100 empresas listadas, três paranaenses estão entre as 15 campeãs em porcentagem de funcionários satisfeitos com ações de capacitação: Pelissari Gestão e Tecnologia (2.ª), Sofhar (9.ª) e GVT (12.ª).
A Pelissari, empresa curitibana com 284 funcionários, possui um fundo exclusivo para o desenvolvimento de pessoas, com orçamento anual de cerca de R$ 1,5 milhão. Além da formação técnica e de cursos de certificação, o fundo cobre parcialmente os estudos de idiomas, pós-graduação, especializações e MBA. A parcela na conta da empresa aumenta de acordo com o tempo de serviço do trabalhador. "É uma forma de fazermos retenção", diz a diretora de Pessoas da companhia, Vanessa Lisboa Pelissari. "A empresa colabora com até 50% dos custos de alguns cursos. Também é muito comum algum funcionário organizar treinamento interno para repassar conhecimento à equipe", afirma ela. No ranking geral, a Pelissari ficou na 60.ª posição, e foi a quinta entre as paranaenses.
Para o diretor-presidente da Sofhar, Wilmar Prochmann, os programas de desenvolvimento profissional já superam as políticas de remuneração como estratégia para a retenção de talentos. "O salário é importante, sem dúvida, mas, se estiver dentro da média do mercado, o que importa mais para o profissional é a sua formação e os desafios", diz. Com uma sede nova no Tecnoparque da PUCPR programa da prefeitura de Curitiba que concede benefícios fiscais a empresas de base tecnológica , a Sofhar possui uma ligação forte com o mundo acadêmico. A companhia oferece subsídios de até 80% em cursos de pós-graduação e especialização. "Toda a cooperação técnica com a universidade também está a disposição dos funcionários. Da biblioteca ao doutorado, há um apoio de treinamento muito forte", afirma Prochmann.
Universidade corporativa
A GVT, 12.ª colocada no quesito treinamento e a 9.ª na pontuação geral melhor posição entre as empresas do estado , concentra os programas de capacitação na Universidade Corporativa GVT (UCGVT), lançada no ano passado. Os cursos oferecidos são divididos em sete blocos de conhecimento. No primeiro ano de funcionamento, 8.872 colaboradores participaram de pelo menos um dos 1.520 cursos ofertados. A empresa tem 10,6 mil funcionários e também possui um programa de ajuda nas mensalidades de cursos de graduação, pós, MBA e idiomas. "A GVT incentiva os profissionais de tecnologia a se atualizar e buscar novos aperfeiçoamentos e certificações, antecipando tendências da área", diz George Bettini, gerente de recursos humanos da companhia. Em contrapartida, a GVT pede comprovação de frequência mínima de 80%. Também só são elegíveis ao benefício os funcionários com pelo menos 12 meses de empresa e que apresentem boas notas na avaliação de desempenho individual.
Ambiente de trabalho
No HSBC Global Technology (GLT), uma das divisões de TI do banco, com sede em Curitiba, o ponto forte é a criação de ambientes de trabalho focados no bem-estar. Os espaços são inspirados pelo feng shui e os destaques são os "decompression rooms" (salas de relaxamento), onde os funcionários podem fazer massagens, e as piscinas de bolinhas, onde, além de relaxar, os colaboradores também podem se divertir. Cada prédio oferece cozinha com geladeira e forno de micro-ondas e um pequeno refeitório. A empresa também aposta em treinamento, com cursos presenciais e de e-learning, e há subsídio para graduação e cursos de inglês, espanhol e francês. A política de remuneração do GLT conta com participação nos resultados e bônus quando o funcionário completa três, cinco e dez anos de casa. Na área de flexibilidade de horários, o banco diz que pelo menos 20% dos 800 funcionários têm condições de trabalhar de casa. Assim como nas demais empresas, o GLT tem banco de horas, o que permite que o funcionário chegue mais tarde ou saia mais cedo, de acordo com a carga horária no mês.
O modelo de avaliação do ranking da Great Place To Work leva em consideração cinco critérios: credibilidade, respeito, imparcialidade, orgulho e camaradagem.