Empresas paranaenses estão apostando numa técnica que envolve dança circular para o desenvolvimento de equipes e aumento da produtividade dos funcionários. Desenvolvida pelo consultor e engenheiro civil Sérgio Naguel, a chamada "palestra em roda" é uma alternativa às dinâmicas de grupo tradicionais.
A técnica consiste em reunir um grupo numa roda, como numa ciranda infantil. Ao som de uma música escolhida de acordo com o objetivo do encontro, estipulado pela empresa contratante, os participantes aprendem uma coreografia simples. "A ideia é usar a emoção da dança como catalisador para o aprendizado", diz Naguel, que aborda temas como liderança, cooperação, planejamento e motivação. "A dança é só um caminho, não é o principal. É um meio mais eficiente para absorver o conteúdo que está sendo aplicado, além de oferecer boas analogias com o dia a dia do profissional".
A palestra em roda apoia-se nas vantagens da dança circular. A roda estimula a cooperação um participante que erre o passo é ajudado pelo colega ao lado para que o fluxo da dança não seja interrompido e coloca o funcionário numa posição de espontaneidade. "Faz as pessoas derrubarem aquela 'máscara' do cotidiano no trabalho. Como não estão preparadas para uma dança desse tipo, a reação é espontânea", argumenta Naguel.
As rodadas de dança são intercaladas pelo que o consultor chama de ciclo de aprendizado vivencial o momento em que os funcionários sentam e de fato discutem o conteúdo daquilo que foi dito durante a dança. "Como eles estão sensibilizados pela dança, a conversa flui. É o momento em que eles se conscientizam sobre como o aprendizado pode ser aplicado na empresa ou na própria vida."
Resultados
A responsável pelo setor de recursos humanos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Carolina Ferretti, conta que o resultado da palestra em roda pôde ser observado logo na semana seguinte na empresa. "Na dança em roda você é obrigado a olhar para o restante do grupo. Cada um percebe a importância de si próprio e do outro para o trabalho final da empresa. É aquela coisa: 'a roda não pode parar'. Não é aquela palestra tradicional em que você senta e fica escutando. Todo mundo participa ativamente. Um funcionário desmotivado pode acabar encontrando novamente interesse em seu trabalho. Relações já desgastadas pelos anos de convívio também acabam se renovando", afirma ela.
A Global Forest, maior exportadora de madeira tropical da América Latina, também vem utilizando a palestra em roda nos treinamentos dos funcionários. "No começo, pensei que era loucura. Não fazia muito sentido colocar a equipe para dançar", conta o fundador e diretor-presidente da Global Forest, Giovani Miguel. "Sou empresário, obviamente estou interessado nos resultados. E me surpreendi como a produtividade da empresa melhorou. O grupo ficou mais focado e passou a errar menos."
Serviço:
Mais informações sobre a palestra em roda no ste www.palestraemroda.com.br