A canadense EnCana, que acaba de anunciar descobertas de petróleo pesado no bloco BM-C-7, na Bacia de Campos, anunciou a venda de sua participação no ativo para a Norsk Hydro por US$ 350 milhões. A empresa é parceira da americana Kerr McGee no projeto (com 50% do ativo) e afirmou que espera concluir o negócio no primeiro trimestre de 2006, após a aprovação da Agência Nacional do Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural (ANP).
Por meio de um comunicado, a empresa afirmou que continua com seu programa de exploração em outros blocos no Brasil. A expectativa é de que os ganhos com a operação, após o pagamento de taxas, fique em torno de US$ 200 milhões.
- A venda de ativos do futuro campo de Chinnok, onde houve a descoberta de óleo muito pesado, é um exemplo de que a empresa é capaz de gerar valor em uma fase de pré-desenvolvimento aplicando sua experiência em exploração e avaliação de reservas em algumas localidades internacionais - disse Rabdy Eresman, diretor da empresa.
Segundo ele, a companhia continuará com seus investimentos em outros oito blocos em águas profundas e está comprometida em avaliar estes blocos com seus parceiros. Além disso, a companhia acaba de levar dois outros blocos na Bacia Potiguar, durante a Sétima Rodada de Licitações da ANP.
De acordo com o diretor-geral da EnCana no Brasil, Julio Moreira, a venda foi motivada pela "atraente oferta" feita pela Norsk Hydro.
- Tenho que admitir que alto volume de reservas (em terra) de óleo pesado que temos no Canadá também faz com que não seja nossa prioridade o desenvolvimento de reservas desse tipo de óleo em ambiente "offshore" - afirmou.
A EnCana e a Kerr McGee já perfuraram quatro poços de avaliação na descoberta, que está localizada a 75 quilômetros da costa, em profundidade de 100 metros. Durante um teste de produção de três dias realizado em setembro, o poço 3-ENC-3-RJS produziu 1,8 mil barris por dia de óleo cru pesado, em torno de 14º API, quantia que foi limitada pela capacidade de teste do equipamento utilizado.
Um quarto poço, cuja perfuração foi concluída em outubro, confirmou o potencial de reservas do futuro campo. A EnCana ainda não fez estimativas de reservas associadas. Os sócios no projeto estão preparando um plano de desenvolvimento para o bloco, que será submetido à ANP.
Em conjunto com seus sócios, no entanto, a EnCana planeja perfurar dois poços de exploração em diferentes blocos do Espírito Santo e da Bacia de Campos em 2006. No total, a empresa deverá manter ativos em 10 blocos, sem operar nenhum deles. Nove desses ativos são operados pela Petrobras, com quem a empresa canadense também tem um acordo para o desenvolvimento de um programa de tecnologia para óleo pesado que poderá ser utilizado em significativas reservas do país.