São Paulo (AE) O padre Juarez Pedro de Castro, secretário de Comunicação da Arquidiocese de São Paulo, passou horas ontem respondendo a reclamações de padres e fiéis que foram à missa no domingo em todo o estado de São Paulo.
Só e-mails foram 50. O alvo das críticas era um trecho na oração publicada no folheto Povo de Deus: "Para que, no plebiscito, do dia 23 o povo brasileiro diga NÃO às armas, colaborando assim, para uma crescente cultura de Paz, rezemos".
Além de erros com vírgulas e de trocar referendo por plebiscito, o texto deixou muita gente confusa, já que no referendo quem é contra a venda de armas deve votar sim. O folheto tem tiragem de 110 mil exemplares, distribuídos em 280 paróquias, e é lido por 600 mil pessoas.
"Foi um erro crasso de redação, pois dá a impressão de que a Igreja está fazendo propaganda pelo não, enquanto nossa posição é exatamente o contrário", admitiu o padre Juarez. "Somos claramente pelo sim e pelo desarmamento, o que está registrado em cem outdoors espalhados pela cidade." O problema é que é difícil consertar o estrago, já que o referendo será no domingo.
Ontem a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) voltou a conclamar os fiéis a votarem sim. Em nota, lembra que, apenas em 2002, 38 mil pessoas foram mortas, o que representa uma vida a cada 14 minutos.