A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou nesta segunda-feira que erros metodológicos na pesquisa referente a 2004 provocarão um aumento maior da conta de luz deste ano. Auditoria da Aneel na base de dados revelou um erro de amostragem na aplicação dos questionários aos consumidores atendidos pela Light, do Rio de Janeiro, o que pode ter influenciado as notas finais tanto da companhia quanto da média geral - que em 2004 foram as piores da série histórica.
Quanto mais baixa a satisfação do cliente, mais ele é beneficiado, com um reajuste menor a título de punição da empresa. Isso porque o Índice Aneel de Satisfação do Consumidor (Iasc) compõe o Fator X, item da tarifa que reflete ganhos de produtividade. Como as notas de 2004 deixarão de valer, serão usadas as de 2003, que foram maiores, o que deve provocar reajuste maior das tarifas, inclusive da Light, cuja data-base é novembro. O órgão regulador, porém, não sabe especificar o peso do Iasc no cálculo das tarifa
Segundo avaliações preliminares da Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee), os prejuízos das empresas seriam de R$ 170 milhões se fosse usado o Iasc de 2004. Com o uso das notas de 2003, os prejuízos das distribuidoras serão reduzidos para R$ 100 milhões. Desde a divulgação da pesquisa de satisfação deste ano as empresas reclamavam do resultado final, alegando que levantamento feito por elas apontava satisfação maior do consumidor porque não aconteceu nenhum blecaute que levasse a uma piora da percepção do usuário em relação às empresas de energia. O diretor-técnico regulatório da Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee), Fernando Maia, elogiou a atitude da Aneel.
- A decisão foi correta, houve problemas com a pesquisa. A Aneel tem outros instrumentos para punir as empresas que não apresentarem a qualidade exigida, não é via tarifa - disse Fernando Maia.
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